São dois movimentos bastante interessantes, do ponto de vista econômico, percebidos neste momento em que o Brasil, além de não ter sentido os efeitos na mesma medida, ainda sai da crise com muito mais força – o que reflete, claro, em melhoria para a sociedade.
Um deles é a intenção de grupos internacionais de transferir parte de suas operações para o País. O que gera emprego e investimento forte. Outro é em sentido contrário, mas com o mesmo resultado: as oportunidades que as indústrias nativas encontram para adquirir equipamentos que estimulam a produção.
Uma reportagem bastante interessante, publicada n’O Estado de São Paulo, flagra e esmiúça essa situação. O texto é assinado pela jornalista Raquel Landim. Vale a pena conferir:
“Multinacionais transferem fábricas do exterior para o Brasil…
…A crise global provocou um movimento de transferência de linhas de produção ou até de fábricas inteiras do exterior para o Brasil. Cerca de 50 empresas solicitaram ao governo autorização para trazer suas máquinas para o País, revela o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Os pedidos de importação foram feitos por diversos setores como alimentos, têxtil, químico, móveis e mineração. A origem das linhas de produção também é variada: Estados Unidos, Canadá, França, Portugal, Alemanha, Reino Unido. Boa parte das solicitações veio dos fabricantes de autopeças – setor em que o desempenho do mercado brasileiro está muito melhor que o resto do mundo.
É a discrepância entre o Brasil, que já saiu da crise, e os países ricos que provoca as transferências. Com a queda da demanda nos EUA e na Europa, as multinacionais ficaram com capacidade ociosa lá fora. A crise também provocou uma quebradeira de empresas, criando oportunidades para companhias brasileiras comprarem máquinas usadas no exterior por uma fração do preço das novas.
A Coteminas realizou uma das maiores transferências de máquinas do exterior para o País. Depois de adquirir a americana Springs, a empresa, que pertence à família do vice-presidente José de Alencar, desativou nove fábricas nos Estados Unidos. As máquinas foram distribuídas pelas unidades de Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Norte…
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