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Jobim na CPI. Mídia grandona destaca o que lhe interessa e “esquece” o que acerta sua cabeça

Tem horas que não sei se a nossa mídia grandona é séria. Com intenções duvidosas, sempre soube. Mas é no mínimo risível que simplesmente, e ao contrário do que pregam seus manuais, os veículos da dita cuja soneguem informações importantes.

 

Exemplo da hora. O ministro da Defesa, Nelson Jobim (na foto de Valter Campanato, da ABr), foi à Câmara dos Deputados. Lá, depôs aos integrantes da CPI das Escutas Telefônicas Clandestinas. Entre as coisas que disse está que a Agência Brasileira de Inteligência tem equipamentos para grampear. O que legitimaria uma tese conveniente, e que beneficiaria, por exemplo, Daniel Dantas, o megaescroque que quer porque quer anular todos os processos que lhe são movidos. Em conluio com a mídia, a começar (mas não a terminar) pela ex-revista Veja, a que fabrica reportagens conforme seu próprio interesse.

 

Obviamente, esse viés do depoimento de Jobim ganhou amplo destaque. Aliás, foi, a rigor, o único destaque. Mas o ministro falou de outras coisas também. Uma delas, e que me parece importante, é óbvia ao senso comum. Afinal, se há grampeador, e ele é um criminoso, existe um grampeado, a suposta vítima, mas existe também um outro facínora: aquele que se utiliza do grampo ilegal para o fim, entre outros, de difundir conversas criminosas. E quem faz uso disso? Hein? Ela mesma, a mídia, especialmente a grandona.

 

Agora, responda rápido: você leu isso em algum jornal ou sítio, ou viu na televisão? Só se for em nota de rodapé. Mas aqui você tem também essa versão. Acompanhe, no texto de Marco Antônio Soalheiro, da Agência Brasil, a seguir.

 

“Jobim defende punições também para quem divulga conteúdo de escuta ilegal

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, defendeu hoje (17) em depoimento à CPI das Escutas Telefônicas Clandestinas da Câmara, punição não só para quem faz escuta ilegal, mas também para quem divulga seu conteúdo.

“Os senhores devem pensar não só no apenamento do interceptador ilícito como também de quem divulgou essa interceptação”, afirmou. De acordo com o ministro, as interceptações telefônicas estão ocorrendo de forma indiscriminada e exigem punições rigorosas, a partir, inclusive, de adequações legislativas.

“O que temos hoje é um abuso, uma facilitação para as interceptações. O Congresso pode avançar no sentido de que haja meios para uma responsabilização dura de quem se envolveu com isso”, defendeu Jobim.

Ao falar das denúncias de que agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) teriam feito grampo contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Jobim ressaltou que a Constituição não autoriza a prática em nenhuma hipótese a órgão de inteligência, mas apenas a órgãos que servem para investigação criminal ou instrução processual penal.

O serviço de inteligência do Exército, segundo o ministro da Defesa, possui instrumentos de “varredura”, que servem apenas para identificar a ocorrência de interceptações telefônicas.”

 

SUGESTÃO DE LEITURA – confira também a reportagem “Jobim reafirma que Abin tem equipamentos para realizar grampo”, de Eduardo Bresciani, no G1, o portal de notícias das Organizações Globo.

 

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