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VOCÊ DECIDE! É correto a mídia antecipar (e prevenir) ação da PF contra empreiteiras?

E aí, o que você acha? Publicar reportagem sobre ação futura da PF é correto ou não?
E aí, o que você acha? Publicar reportagem sobre ação futura da PF é correto ou não?

Não se trata de ficção. Aconteceu, mesmo. Profissionais do jornal Folha de São Paulo obtiveram uma informação: a Polícia Federal desencadearia uma operação tendo como alvo grandes empreiteiras do País. Fariam, os federais, o habitual: apreenderiam documentos, CDs, objetos e, quem sabe, até dirigentes e funcionários graduados das empresas.

As jornalistas, chanceladas pelo veículo, divulgaram ampla reportagem a respeito, no último final de semana. E o que aconteceu? A ação, claro, embora não tenha sido ainda abortada, com certeza alertou as empresas que, se tinham algo a esconder, esconderam.

A pergunta é: foi correta a atitude do jornal, ao publicar o que tinha, naturalmente prevenindo (ainda que assim não quisesse) os acionados pela PF? Ou deveria guardar a informação, em nome da sociedade? Se tivesse a resposta, a daria. Mas não sei. De posse dos mesmos dados, publicaria? Nããão sei. Por isso, a pergunta é transferida para vocês.

Ah, abaixo, você lê parte da seção “Circo da Notícia”, assinada pelo jornalista Carlos Brickmann, no sítio especializado Observatório da Imprensa. Ele entende que, como foi, deveria ter sido divulgado tudo. E você, o que acha? Confira o texto:

PATRULHAS EM AÇÃO – O segredo e a guarda do segredo

Tancredo Neves, mestre em sabedoria política, foi procurado certa vez por um amigo que queria contar-lhe um segredo, mas lhe pedia que não o divulgasse de maneira nenhuma. Tancredo recusou a proposta: “Se você, que é o dono do segredo, não consegue guardá-lo sozinho, por que eu o conseguiria?”

Os patrulheiros avançam ferozes, agora, sobre duas repórteres que nada mais fizeram do que cumprir – bem – o seu dever: levar ao público os fatos de que têm conhecimento. Andréa Michael e Mônica Bérgamo revelaram, em reportagem de boa qualidade, que a Polícia Federal planeja em segredo uma operação contra empreiteiras e seus diretores.

Para as jornalistas, amparadas pelos preceitos da profissão, por reiteradas decisões judiciais, pelos princípios da liberdade de imprensa, não há segredo a guardar. Se têm os fatos, se os fatos são comprovados, se os obtiveram de maneira correta, é sua obrigação revelá-los. A guarda dos segredos cabe às autoridades. Se as autoridades não têm competência para guardar seus segredos, se acham conveniente vazar seus segredos, se utilizam a divulgação de seus segredos como arma em disputas internas, é problema delas, de quem as nomeia, de quem as fiscaliza.

O compromisso do repórter não é com o governo, com as autoridades, com as patrulhas: o compromisso único do repórter é com o público. É ao público consumidor de informações que têm de responder. E a mais ninguém…”

PARA LER A ÍNTEGRA, CLIQUE AQUI .

SUGESTÃO ADICIONAL – confira aqui, se desejar, também outras seções e análises publicadas no sítio especializado Observatório da Imprensa.

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6 Comentários

  1. Aque os meios de comunicações não devem antecipar ações da PF, ou qualquer outra instituição, já pensaram quantas pessoas “GRAÚDAS´´tiveram que passar ao menos uma noite na cadeia, com sua soberba e poder.
    lembram da toda poderosa empresária da loja DASLÚ, onde a atendente da loja tinha como veículo de transporte uma MERCEDES, pois é gente deste tipo que suga os cofres públicos e ainda posam de super poderosos.
    “Fora a midia sensacionalista´´

  2. infelizmente nem todos são éticos!
    bem dizer que ética hj em dia é coisa rara nessa sociedade.
    ainda falam que mídia não se vende!

  3. Discordo do Sr Brickmann. Antes de termos compromisso com nossa profissão, temos compromisso com a sociedade. E a divulgação desse tipo de informação não beneficia a sociedade. Muito pelo contrário. Tenho certeza que não foi o “público consumidor de informações” o beneficiado com a matéria. E o pior, a tão almejada VERDADE ficou comprometida por culpa de quem deveria buscá-la.

  4. Claudemir
    Eu não seria tão cauteloso assim. Eu afirmaria que há interesse em jogo. Ou será que é a busca desenfreada pelo furo de reportagem? Lógico que não. Há uma grande esquema de empreiteiras no país. Aqui no sul então, nem se fala. O dinheiro público é o alvo. Tem um detalhe: Como vazou esta informação?
    Quem quiser detalhes sobre o que o STF anda fazendo nesta questão de investigações da PF, fale com o Deputado do PMDB Eliseu Padilha. O cara se safou por que quando caiu no Supremo um pedido de autorização para quebra de sigilo telefônico, o primeiro que ficou sabendo foi justamente o Padilha.
    O jogo é muito pesado! E cada vez mais, os cidadãos de bem vão se sentindo impotentes. Por trás desta reportagem deste tal de Brichmann, que até parece uma coisa inocente, certamente tem muita sujeira escondida.

  5. O problema do sr. Brickmann é abordar apenas um aspecto dessa questão. Não é a primeira vez que a jornalista Andrea Michael, da Folha de São Paulo, vaza notícias sobre ações da PF contra “graúdos”. No início do ano passado ela divulgou notícia de que havia uma ação iminente contra o banqueiro Daniel Dantas, por parte da PF. A notícias quase “melou” a Operação Satiagraha. Esse é o problema, ou seja, quando se faz jornalismo que acaba beneficiando os possíveus criminosos. Por outro lado, onde está o diretor da PF para dizer que o “vazamento” será investigado? Afinal, vazar informações policiais sigilosas não é crime?

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