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DEBATE. A mídia de SM, o advogado que abusou das filhas e o segredo de justiça

Outro dia, não me contive, ao escutar um dos muitos “debates” em que se transformou o rádio da boca do monte. Estavam, os presentes, a discutir por que, raios, corria em segredo de Justiça a situação de um advogado local acusado (ao que consta, com substanciais evidências) de abusar de suas três filhas.

O caso, em si mesmo escabroso, se complementava com o fato de a mãe ter morrido de depressão, quem sabe depois que soube dos fatos. Reclamavam, os “debatedores”, da não divulgação do nome do acusado. Davam davam guarida – era a justificativa para o trololó – à opinião “popular” segundo a qual uns, mais abonados e famosos, são protegidos pela Justiça.

Não agüentei. Telefonei e falei com um deles, meu amigo, aliás dirigente da emissora. E disse o óbvio (com o que ele concordou e imediatamente expôs no ar, acabando com o absurdo): a polícia e a Justiça, nesse particular, não estavam protegendo o eventual criminoso, mas, muuuuito mais, as moças.E agiam bem, assim procedendo.

Ora, que diabo, é tão difícil de entender? Talvez seja, na mediocridade (desculpa, gente) cada vez maior que percebo na comunicação (este repórter, quem sabe, incluído) da boca do monte.

A situação não é a mesma. Mas não é tããão diferente assim, em outras paragens e, especialmente, no tema focalizado esta semana por Carlos Brickmann, na seção “Circo da Notícia”, publicada originalmente no sítio especializado Observatório da Imprensa. Dê uma conferida e opine você também. A seguir:

“…E malditos sejam…

Uma pessoa sem qualquer vinculação política, embora irmã de um ex-governador, cometeu um crime e se suicidou. A ausência de vínculo é tão notória que pouquíssimos repórteres políticos sabiam da existência de tal irmão. No entanto, com direito a foto de primeira página, o título citava o parentesco e as reportagens transformaram quem nada teve com o caso em estrela do noticiário.

Chegaram a lembrar que o ex-governador, quando congressista, se opôs à proibição do porte de armas por cidadãos comuns – uma posição com a qual este colunista não concorda, mas que é perfeitamente defensável. É como se, ao participar no Congresso da vitória do que se convencionou chamar de “bancada da bala”, o político tivesse aberto o caminho para que seu parente portasse uma arma e com ela cometesse o crime e o suicídio.

Quando o parente de um grande atleta foi preso, num caso de drogas, foi difícil evitar a menção ao vínculo familiar. O envolvido tinha sido, ele próprio, atleta profissional, e seu parentesco com o craque famoso era conhecido. Entretanto, o exagero foi visível no…”

PARA LER A ÍNTEGRA, CLIQUE AQUI.

SUGESTÃO ADICIONAL – confira aqui, se desejar, também outras reportagens e artigos publicados no sítio especializado Observatório da Imprensa.

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2 Comentários

  1. Prezado Claudemir,
    a ânsia de divulgar é tanta, a necessidade de sair na frente da concorrência é tão absurda, que alguns colegas esquecem de tudo, inclusive dos conteúdos de uma disciplina, que temos lá no início do curso de Jornalismo, Ética em Jornalismo. Lamentável, terem esquecido de que as moças, bem mais do que o pai, seriam atingidas, caso a divulgação dos nomes fosse liberada. Se é que todos os debatedores realmente esqueceram…(NOTA DO EDITOR: o pior, cara Fabiane, não é o esquecimento. Que isso sempre é possível repor. O complicado é que falta, meeesmo, formação, qualidade intelectual mínima, informações as mais simples. Resumindo: apequenaram o radiojornalismo santa-mariense. Com caaaada vez mais raras exceções)

  2. Meu caro, outro dia estava escutando a mais conceituada Radio da cidade, e debate se travava nesse sentido, porque não divulgar o nome dos Advogado Estuprador, fiquei pasmo pois os debatedores são pessoas por demais exclarecidas. Dai mandei um mails, onde chamava atençao sobre preservar a moças, afinal dizendo o nome do (pai) monstro, estaria deixando a descoberto quem são elas na roda de amigos.

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