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Marvin Grinn e o Céu dos Monstros – por Marcelo Arigony

“Escrever é fácil. O difícil é a poesia em forma de palavras; difícil é...”

Nesta semana me peguei querendo mandar um e-mail para o David Coimbra. Queria dizer pra ele que tá fazendo muita falta. Se existir um céu dos monstros ele tá lá, além do que deixou aqui imortalizado no seu legado de letras. 

Não o conheci pessoalmente, mas li alguns de seus livros e textos. Tirante algumas questões ideológicas, achava fantástico. Era um cara que falava de uma sequoia com um tronco tão robusto que duas pessoas não conseguiam abraçar. E a gente lia o texto enxergando a árvore, e sentindo o cheiro do mato. 

Assim também Fabrício Carpinejar, e seu girassol de pedra. Sim, quando incendiou o mercado público de Porto Alegre, Carpinejar disse que o lugar era um Girassol de Pedra.  Eu li aquilo, e tal qual o girassol, petrifiquei. Até não sou muito fã do Carpinejar, porque acho os textos muito longos, mas o cara também é um monstro. Tipo Maradona e Romário, que do nada criavam uma situação de gol. Acho que recebiam o Deus do futebol e pá… bola na rede!

Escrever é fácil. O difícil é a poesia em forma de palavras; difícil é aquele texto mesclado, que dialoga com várias fontes, passa o recado e ainda deixa o leitor com a merda de uma inveja. A inveja de talvez não ter entendido tudo. De não ter tido aquela ideia, de não ser como aquele escritor. Quando eu leio Carpinejar e Coimbra sempre tenho esse sentimento. Como sou pequeno.

Por isso às vezes nem escrevo. Se for pra escrever sem falar em sombra sonora, melhor nem pegar na pena.

Aliás, eu fiquei uns dias sem escrever e dei uma enferrujada, tive dificuldade de retornar. Queria escrever sobre isso, mas a ferrugem me engessou as palavras. Aí vem o Carpinejar e acorda a minha verve com uma simples frase. Por acaso tô lendo o cara, meio desconfiado (eu), e ele me diz que palavras exigem aquecimento. Tem que começar em primeira marcha. Depois vai acelerando. Monstro! Só Carpinejar poderia fazer isso. Ou Coimbra, claro.

Mas eu quero falar também de um monstro que está se criando: o Marvin Grinn, o Armandinho. Cria aqui da nossa terra, já tá com os dois livros entre os mais vendidos do país na categoria dele. Tem site, aplicativo pra celular, e um projeto fantástico que em breve vai ser lançado aqui na cidade. Só não posso dar spoiler. Esse, com certeza também vai um dia para o céu dos monstros. Espero que daqui a muitos e muitos anos, mas vai estar lá, com Coimbra, Carpinejar, Romário, Maradona… e Claudemir.

(*) Marcelo Mendes Arigony é titular da Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DPHPP) em Santa Maria, professor de Direito Penal na Ulbra/SM e Doutor em Administração pela UFSM. Ele escreve no site às quartas-feiras.

Nota do Editor. A arte sobre a capa do livro Marvin Grinn e a Chave Mestra, de Armando Ribas Neto, é do jornalista Rafael Menezes.

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2 Comentários

  1. Maradona e Romario serão lembrados no futuro porque fazem parte da historia do futebol. Quanto aos demais basta fazer a questão: ‘Cite 5 jornalistas/cronistas que se destacaram na imprensa do RS 50 anos atras’. Enquanto isto J.K. Rowling tem um bilhão de dolares no banco. Harry Potter tem parque tematico em Londres e Orlando. Tive uma idéia genial! Vamos montar um parque tematico de Marvin Grinn em Santa Maria para incentivar o turismo! #partiparafrentedoespelhomeautoelogiar.

  2. Coimbra e Carpinejar são sub-celebridades da Rede BullShit. Como muitos da mesma empresa agradam uma classe media alta que se acha sofisticada mas é, por falta de melhor termo, cafona. Argentina tem seus proprios negocios, mas os melhores da aldeia são comprar as sub-celebridades locais pelo valor real e vender pelo que acham que valem.

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