Briga de foice. Corpo-a-corpo até de Lula para tentar prorrogar a CPMF. Ainda faltam votos
A base do governo não dará quorum, e o processo será adiado por pelo menos 48 horas. No entanto, está tudo pronto para a votação, nesta terça-feira, em primeiro turno, da Proposta de Emenda Constitucional que prorroga a CPMF por mais quatro anos – até dezembro de 2011, quando já terá decorrido um ano do mandato do próximo Presidente da República.
A questão cronológica é importante, sim. E por uma singela razão: há chances razoáveis (nada certo, mas possível) de que um tucano (José Serra? Aécio Neves) sente na cadeira principal do Palácio do Planalto, naquela ocasião. Não é por outra razão que um e outro, e também a gaúcha Yeda Crusius, igualmente do PSDB, estejam se empenhando – ao que se diz e escreve inclusive diretamente – para convencer os senadores do partido a mudar de idéia e votar a favor da prorrogação.
Serra e Aécio não querem saber da perda de receita de R$ 40 bilhões, decorrente do imposto do cheque. Isso é o futuro. O presente também não seria nada agradável se o governo federal resolvesse (a caneta é dele, afinal) reduzir as verbas dos estados por conta da perda da CPMF. É onde entra, especialmente, Yeda. Há R$ 4,5 bilhões a caminho, dividido por quatro anos, em verbas federais para a Saúde. E, diz-se, Luiz Inácio Lula da Silva poderia, sem Contribuição, cortar o troco pela metade. E isso faz uma baita diferença para Estado rico, imagine para um falido, como o Rio Grande.
Mas, ao que tudo indica, nem mesmo o esforço dos governadores tucanos será suficiente para resolver a questão em favor do governo. Ao ponto de o próprio Lula estar entrando diretamente na partida. Não mais à beira do campo, orientando os jogadores, mas ele próprio indo ao encontro com os senadores recalcitrantes da chamada base aliada.
Estariam faltando dois votos para se chegar ao cabalístico número 49. Mas, por uma questão de segurança (afinal, se está falando de volúveis pensamentos), o governo busca 51, no mínimo. E, formalmente, tem 53 – a quantidade de senadores, somados, das siglas governistas. Não é outra a razão por que dificilmente haverá votação nesta terça. Talvez na quarta. Talvez. Em todo caso, são horas de tensão, muuuita tensão, no planalto central. Pode acreditar.
SUGESTÕES DE LEITURA – confira aqui a nota Planalto acha que está a dois votos de obter CPMF, publicada por Josias de Souza, da Folha de São Paulo.
Leia também a reportagem Governo ainda não tem votos para aprovar CPMF, no G1, o portal de notícias da Globo.
Confira, igualmente, a nota CPMF – Sem votos, governo negará quórum, publicada por Ricardo Noblat.
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