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A esquizofrenia do consumidor – por Vitor Hugo do Amaral Ferreira

Vamos a minha segunda aparição como articulista por estas bandas. Começo cumprimentando, agradecendo aos leitores da semana passada, aos quais dedico as três passagens abaixo que antecedem o texto desta terça-feira.

Primeiro Ato:

Escrever sobre a sociedade de consumo é sempre salutar. Sou réu confesso, que o direito do consumidor é delimitação que me envolve, apaixona-me. Não por acaso, tenho dedicado minhas horas de leitura, meus estudos e minha atividade profissional nesta área. Inúmeros são os recortes possíveis (tentarei me ocupar da maioria deles em artigos futuros) que poderia resenhar, pois não são raros os assuntos em consumidor; também diversos são os gêneros literários, as formas de escrita que posso utilizar: do artigo ao conto e por que não o poema, desde que com propriedade naquilo que se escreve, fala e faz.

Segundo Ato:

A redação em todas as suas manifestações só é válida se alcançar a quem se destina: o leitor. Agradá-lo é uma outra particularidade, e duvido daquele que agrada a todos, pois creio não ser este o papel do articulista. Fico satisfeito por ter provocado uns, agradado tantos outros, e mais feliz ainda com as manifestações dos que com hombridade identificaram-se. A transparência é essencial quando falamos em espaço democrático, negar a identidade talvez seja ausência de coragem, feito piá que se esconde atrás da moita antes de atirar a pedra na vidraça alheia.

Terceiro Ato:

Como dito, agradeço aos que se arriscaram por estas linhas, e renovo a oportunidade de espaço concedido pelo convite do Claudemir, bem como a liberdade em que posso pautar meus escritos. Assim, ainda que desconhecido o autor, faço minhas suas palavras: pequenas pessoas falam sobre outras pessoas, pessoas medianas falam sobre coisas e grandes pessoas falam sobre ideias. Façamos deste espaço palco de discussão de ideias, desta campanha sou candidato.  Apenas desta!

Vamos ao texto, certamente não escrito nas formas esperadas, ou convencionais de um articulista, mas que mesmo assim convida a refletir sobre um dos maiores males da sociedade de consumo.

Grande abraço a todos.

A esquizofrenia do consumidor

Ao me arriscar em área que não é a minha praia, feito surfista frente a uma montanha. Em possível analogia, eu sou, ao tentar definir o que é esquizofrenia, o surfista que tenta escalar. Nesta hora, ainda que não seja uma definição técnica, vou me socorrer ao senhor dicionário.

E de pronto, o velho e sábio Aurélio me diz que esquizofrenia é um transtorno psíquico severo que se caracteriza por delírios e alterações no contato com a realidade (…).

O que posso escrever sobre esquizofrenia? Não muita coisa, falta-me subsídios técnicos. Passamos então ao diálogo do consumidor esquizofrênico.

O consumidor, desolado com os últimos acontecimentos, resolve procurar profissional que pudesse tratá-lo.

– Doutor! Estou sofrendo.

– Qual o seu problema? Pergunta o médico.

– Estou em crise. Responde angustiado.

O médico continua:

– Poderia identificar o que teria desencadeado tal situação?

– Tudo começou após eu ter conversado com a moça.

– Que moça?

– Ela não me disse o nome, conheci por telefone.

– Falaram-se quantas vezes?

– Algumas.

– E qual o problema?

– Não consigo mais falar com ela, está me rejeitando, me abandonou.

O doutor manuseia algumas folhas e olha sem muito espanto ao consumidor, dizendo-lhe:

– Fácil o seu diagnóstico senhor, amor não correspondido. Vou orientá-lo a conhecer novas pessoas. Agende nova consulta e voltamos a conversar.

Passadas duas semanas da conversa, o consumidor retorna ao consultório. Feliz da vida, todo alinhado, peito estufado, ao empurrar a porta da sala de atendimento vai logo falando:

– Querido doutor estou curado!

– Fico muito feliz que esteja melhor, mas o que aconteceu?

– Resolvi o problema, encontrei uma nova pessoa.

– Vou lhe dar alta do tratamento.

– Sim doutor, estou totalmente curado.

Consumidor sai do consultório e liga para amada.

– Alô querida!

– No momento todas as nossas atendentes estão ocupadas. Por favor, ligue mais tarde.

Alucinado o consumidor volta ao consultório e remarca consulta.

Em frente ao médico e em estado de choque é questionado:

– O que houve? O senhor saiu a pouco tempo daqui, estava feliz com o novo amor.

– Pois é doutor, acontece que ela foi gentil quando conversamos e novamente, como aconteceu com a outra, ela está me ignorando.

O médico ficou pensativo e disse ao consumidor:

– Ora senhor, elas são todas iguais, primeiro somos seduzidos, nos fazem mil propostas, prometem que serão econômicas, que podemos inclusive sair da área de cobertura que não haverá problemas, nos oferecem uma banda larga e acesso ilimitado aos seus serviços. Mas depois, nunca atendem quando ligamos e ao pedirmos o divórcio, nos surpreendem com o tal de contrato de fidelidade que nunca lembramos de ter assinado.

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3 Comentários

  1. Belo texto Vitor!!

    Acompanho o teu esforço e o teu empenho na luta em prol dos consumidores. A cidade de Santa Maria possui um PROCON qualificado, que é referência no país, e isso deve ser valorizado.
    Temos muito que evoluir, mas tenho certeza que estamos no caminho certo.

  2. Genial Vitor… Parabéns pelo texto e pela tua sempre educada e transparente capacidade de lidar com os “rançosos”. Tua competência e dedicação se refletem nessas linhas…

  3. Belas palavras Dr.

    O pequeno diálogo resume como nós consumidores vivemos nesse mercado barato, onde somos “seduzidos”, mas segundos depois “enganados”, aonde passar a perna na sociedade de consumo está sempre “evoluindo”. Creio que está havendo uma lenta mudança, em favor do consumidor, mas já é um começo.

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