Sucessão de Lula. PMDB, desde sempre, a noiva cobiçada. Mas a possibilidade de bigamia é real
Como já se supunha, a eleição, ao mesmo tempo, de Michel Temer (na Câmara) e José Sarney (no Senado), para presidir as duas casas do Parlamento, fortalece ainda mais a força já conhecida do PMDB, no processo que vai desembocar na sucessão de Luiz Inácio Lula da Silva.
Ao mesmo tempo, deixa claro que o maior partido do País, incrivelmente, é uma confederação de interesses raramente convergentes. Tanto que Temer tem dificuldade para esconder sua preferência por José Serra, o provável candidato tucano à Presidência, e Sarney deixa escancarada sua aliança com Dilma Rousseff, a declarada concorrente petista apoiada por Lula.
O que isso significa? O óbvio: o PMDB não terá candidato a presidente, exatamente porque não consegue a unidade, e formalmente apoiará Serra ou Dilma. O que sobrar, que será praticamente a metade, ficará com o outro lado, seja qual for. Quer dizer, trata-se da bigamia anunciada para a noiva mais cobiçada da república.
Essa situação, ainda que não explicitamente, está colocada em reportagem publicada na versão online da Folha de São Paulo, ainda na noite de segunda-feira, após os pleitos que ungiram Temer e Sarney. Dê uma conferida, a seguir:
Fortalecido no Congresso, apoio do PMDB será decisivo nas eleições de 2010
Fortalecido no Congresso, o apoio do PMDB será decisivo para eleger o sucessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2010. O partido – dono das maiores bancadas na Câmara e no Senado – já havia se cacifado nas eleições municipais de outubro, quando elegeu o maior número de prefeitos do país.
Ao eleger hoje (segunda) os presidentes do Senado e da Câmara – José Sarney (AP) e Michel Temer (SP), respectivamente -, o PMDB se consolida no papel da “noiva” cobiçada nas alianças partidárias que serão fechadas para as eleições de 2010.
Sarney, por exemplo, declarou publicamente sua preferência pela ministra Dilma Rousseff (Casa Civil). Esse apoio público e antecipado, entretanto, não define a parceria do PMDB nas eleições de 2010. É que o PMDB é um partido dividido.
A ala liderada pelo presidente do Diretório Estadual do PMDB-SP, Orestes Quércia, caminha pelo apoio ao governador José Serra (PSDB)(confira a nota imediatamente anterior, logo abaixo)…
SUGESTÕES DE LEITURA – clique aqui para ler a íntegra da reportagem Fortalecido no Congresso, apoio do PMDB será decisivo nas eleições de 2010,.publicada na versão online da Folha de São Paulo.
Confira também a reportagem Governo fica dependente do PMDB, de Eumano Silva, publicada no sítio especializado Congresso em Foco.
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