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ECONOMIA SOLIDÁRIA. As propostas daqui para o Fórum Social Mundial. Carta de Santa Maria sai até sexta, 29

O material a seguir foi produzido pela assessoria de imprensa do 1° Fórum Social Mundial e da 1ª Feira Mundial da Economia Solidária. O texto e a foto são da jornalista Daiani Ferrari. Confira:

FSM contará com proposições dos debates realizados em Santa Maria

No debate derradeiro, propostas que serão levadas ao Fórum Social Mundial, que acontece na grande Porto Alegre

O encerramento dos espaços de reflexão do Fórum Social de Economia Solidária (ontem) foi feito com uma assembleia intercontinental, com as propostas da economia solidária na nova agenda do Fórum Social Mundial. A análise das sínteses dos debates ficou sob a responsabilidade de Nancy Neamtan, de Quebéc, no Canadá, e Fábio Sanches, da Secretaria Nacional de Economia Solidária (Senaes), Nelsa Nespolo, da cooperativa Justa Trama, e a coordenação da atividade foi de Daniel Tygel, também da Senaes.

Nancy se disse impressionada com a riqueza e diversidade da economia solidária no Brasil e que em 2002 participou do FSM e já havia proposto fazer um balanço dos avanços e desafios a partir daquela data. Entre as conquistas que salientou na época, falou que homens e mulheres podiam, a partir do seu trabalho, ter equidade de gênero. “A economia solidária se expressa em seus atores, no empreendimento e na base. E ela deve mesmo se expressar na base, no fomento mesmo que em grandes articulações”, salientou. Ela falou que se a economia solidária ficasse isolada em pequenas atividades, não teria futuro, por isso a necessidade de se colocar o assunto nas grandes questões da sociedade. “A economia solidária não avançou tanto quanto gostaria, mas ficou demonstrado com a crise mundial que vivemos hoje o esgotamento ambiental e o esgotamento do modelo de desenvolvimento”.

Conforme Nacy, a partir das oficinas realizadas, foi observado que está na hora da economia solidária mudar de escala, como por exemplo, quando se fala sobre finanças solidárias e um comércio justo e solidário, que em seu eixo de debates retirou como encaminhamento uma moção de apoio pela promulgação do Sistema Nacional de Comércio Justo e Solidário de forma participativa. Sobre as finanças, Nancy é enfática ao dizer que não adianta ficar trabalhando em “pequenas superfícies”, enquanto as grandes redes avançam em escala mundial, como as instituições bancárias e as grandes redes de supermercados. “Mesmo que a economia solidária não tenha aparecido como uma alternativa para a crise, há uma tendência de se confiar em vários de seus campos”, definiu.

A América Latina teve um grande avanço na questão do reconhecimento, com destaque para o Brasil, mas ainda há o desafio de fazer existir a economia solidária e a realidade só poderá ser mudada de escala quando ela se tornar uma opção real de consumo e trabalho para a sociedade. “Percebo o aumento das iniciativas, o que nos coloca mais presente no cotidiano e no dia-a-dia das pessoas, mas devemos ampliar e consolidar essas ações ao alcance da população. Várias propostas concretas foram apresentadas, dando uma base para se avançar na consolidação em níveis locais, nacionais e internacionais. Comprometo-me em apresentar esse conjunto de propostas apresentadas aqui”, frisou. Nancy é, segundo Tygel, a embaixatriz do Fórum Social de Economia Solidária no FSM, pois ela será a porta voz das atividades realizadas em Santa Maria.
Também esteve presente na sistematização Fábio Sanches, da Senaes, que destacou que algumas propostas dependem da capacidade organizativa dos grupos, outras dos fundos públicos, para os quais existe uma luta no sentido de que sejam abertos espaços para seu acesso. Já Nelsa Nespolo, da Justa Trama, defende a união de economia e política, pois as duas andam lado a lado, mas que essa união seja feita de forma clara e o processo de produção seja coerente com isso. Nelsa acredita que na caminhada de fortalecer o debate e uma mudança mais profunda no país, não há como fazer um novo mundo sem distribuir a renda e a riqueza. Uma mudança profunda só será possível se as diversas entidades se unirem para transformar os lugares onde estão instaladas, as cidades que são suas referências, além de defender os cuidados com o meio ambiente e isso faz parte da economia solidária, que, conforme Nelsa, é a concretude de que outro mundo é possível.

Durante a tarde de ontem ainda foi lido o documento retirado do seminário “Biodiversidade e Transgênicos”, realizado no último dia do Fórum. Como temas centrais, foram definidos a luta em defesa da vida e da preservação dos recursos naturais como patrimônio coletivo de toda humanidade e, ainda, o resgate, uso e cultivo das sementes crioulas como única forma de garantir autonomia e soberania dos povos, além do direito a soberania alimentar, energética e ambiental num âmbito mundial. Para finalizar a atividade onde foi selado o compromisso de levar os debates de Santa Maria para o FSM, foram aceitas as moções de apoio às Caja Popular Mexicana, um manifesto de proposição da anulação da dívida externa do Haiti, além da moção de promulgação do Sistema Nacional de Comércio Justo e Solidário no Brasil e em outros países, além de tentar fazer da economia solidária parte dos eventos durante a Copa do Mundo e Olimpíadas que serão realizadas no Brasil, em 2014 e 2016, respectivamente.

Até o dia 29 de janeiro, a equipe do Fórum Brasileiro de Economia Solidária deverá finalizar o documento com as proposições retiradas dos debates em Santa Maria para o avanço da economia solidária. A avaliação foi positiva, os debates válidos, tanto que farão parte da pauta das atividades alusivas à comemoração dos dez anos do FSM, em Porto Alegre.”

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