Zé Alagão, o tucano d’água – por Luciano Ribas
Paulo Henrique Amorim mantém um sítio na Internet (www.paulohenriqueamorim.com.br) recheado de expressões perspicazes. É da autoria dele, por exemplo, a sigla PIG (de Partido da Imprensa Golpista) que serve para designar o conluio de interesses da meia dúzia de famílias que comandam a mídia grandona no Brasil, promovendo um verdadeiro vale tudo midiático em nome deles.
Também é dele a designação “Farol de Alexandria” dada ao ex-presidente THC, quer dizer, FHC, expressão que se ajusta a ele (e a sua pretensão) como uma luva. Aliás, diga-se de passagem, o “Farol” deve estar em surto psicótico, quem sabe até mesmo chapado, depois que o presidente Lula foi homenageado com o título de “Estadista Global” pelo Fórum de Davos.
Para designar outro tucano, José Serra, PHM criou o termo “Zé Alagão”, que substituiu um outro, “Zé Pedágio”. Tal complemento, “Alagão”, surgiu depois que o estado de São Paulo ficou embaixo d’água com a combinação de dois fatores: um, o imponderável, que foi o excesso de chuvas ocorrido nos últimos meses; o outro, a ausência, durante os dezesseis anos de governos tucanos em São Paulo, de políticas e obras que pudessem realmente prevenir ou minimizar as tragédias decorrentes dos alagamentos (para quem não sabe, em sessenta dias morreu o mesmo número de pessoas vitimadas pelas enchentes).
Por outro lado, antes que alguém condene “o uso de uma tragédia para fazer disputa política” é preciso entender o contexto e conhecer os fatos, sobretudo as responsabilidades que os grupos políticos possuem quando exercem por muito tempo o poder. Também é preciso lembrar que tucanos, demos e seus marionetes travestidos de jornalistas nunca tiveram nenhum pudor em explorar a desgraça alheia para bater no presidente Lula. Ou seja, nem podem pensar em atirar a primeira pedra.
Na verdade, Paulo Henrique Amorim refere-se ao óbvio ululante (ou seria “alagante”?). Se os governos Covas (1995 – 2001), Alckmin (2001-2006) e Serra (desde 2007) tivessem se preocupado menos em privatizar, semear pedágios, fustigar o presidente Lula e puxar o saco dos donos da mídia, talvez o estado de São Paulo estivesse mais preparado para enfrentar uma temporada de chuvas (para saber mais, acesse http://www.paulohenriqueamorim.com.br/?p=26027). E lugares como o Jardim Romano, por exemplo, não estivessem alagados com uma água pútrida há mais de cinquenta dias e uma epidemia de leptospirose não começasse a fazer suas vítimas.
Claro, sabemos que o negócio do tucanato é outro. Suas atenções são o déficit zero e coisas do tipo, mesmo que o preço por ele seja pago até mesmo pelos carros de bombeiros. Serra e Yeda, como diria a professora Alda, “são farinha do mesmo saco” – na verdade do mesmo moinho paulista, nesse caso. Herdeiros da pior tradição udenista, a distância do povo lhes é tão familiar quanto a proximidade com os salões do neoliberalismo.
Tomara que pare de chover por uns tempos e que São Paulo volte a sua caótica normalidade. Tomara, também, que nenhum incêndio ocorra em Santa Maria por um bom tempo. E tomara, ainda, que os paulistas sejam menos conservadores nas suas opções de voto em 2010. O Brasil não merece trocar o ciclo virtuoso iniciado pelo “cara” pelo faz-de-conta do tucano d’água “Zé Alagão”.
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