ELEIÇÕES 2010. Enfim, caiu a ficha. PSDB e DEM se dão conta do risco que correm e resolvem agir

Até que enfim a sensatez, que tem faltado nas manifestações públicas e publicadas, surgiu no bestunto das principais lideranças da oposição. É fato (e não fruto de conjuntura ou do que for) que José Serra despencou (foram 15% em um ano) nas intenções de voto; da mesma forma que subiu a candidata governista Dilma Rousseff – que cresceu menos, mas cresceu e deve crescer mais.

Então, não adianta ficar discursando. É preciso agir. E tão rapidamente quanto possível, para evitar o desastre. Não, essa palavra não foi usada – nem poderia. Mas o sentimento, que diabo, é este. E se não for estancado, o risco sobe ainda mais rápido que a candidatura governista.

Por isso, as lideranças de PSDB e de seu parceiro mais à direita, o DEM, resolveram pelo menos conversar. Até para articular alguma coisa, inclusive a decisão sobre quem vai mesmo concorrer em 2010, já que o mineiro Aécio Neves não teria desistido, como seria o gosto de boa parte do tucano-demismo.

E o que os grandões das duas siglas conversaram? Saiba lendo a reportagem publicada nesta quarta-feira na versão impressa da Folha de São Paulo, e reproduzida na íntegra pela página do jornalista Luis Nassif na internet. A foto (de arquivo) é de Ricardo Stuckert, da Agência Brasil. Confira:

“Crescimento de Dilma faz PSDB e DEM se reunirem para analisar alianças

Reunidos ontem (terça)  em Brasília numa tentativa para demonstrar unidade, os líderes de oposição demonstraram preocupação com o potencial de crescimento da ministra Dilma Rousseff (PT). Além da pressão para que os tucanos antecipem a escolha de seu candidato à Presidência, os números da última pesquisa CNT/Sensus rondaram a mesa do almoço convocado para unificar a estratégia de PSDB, DEM e PPS.

Segundo participantes, o presidente do DEM, Rodrigo Maia (RJ), sugeriu até que se admita desde já a hipótese de crescimento de Dilma para não ter que se explicar depois: “Negar que ela vai crescer é negar o óbvio. Mas isso não nos preocupa, pois ela tem limites”, disse Maia, à saída.

O próprio governador de São Paulo, José Serra (PSDB), adotou discurso preventivo em entrevista à rádio Jovem Pan. “Se você está ganhando uma partida de 4 a 0, acha que vai ser sempre assim? Não vai. Seria muita moleza […] O resultado eleitoral do ano que vem não vai ser essa folga que as pesquisas dão, não.”

Em evento na noite de ontem (terça), ao lado do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Serra não quis comentar a sucessão. Segundo a CNT/Sensus, 49,3% dos eleitores ouvidos não votariam em candidatos apoiados por FHC.

No almoço dos partidos, o presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE), pediu que se evitasse a discussão sobre prazos para a definição de candidaturas. “Já que o casamento é de interesse, tragam a noiva”, disse o senador Heráclito Fortes (DEM-PI)…”

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LEIA TAMBÉM A REPORTAGEM “Oposição vê Dilma tirar diferença e pressiona Serra a sair candidato já”, de Christiane Samarco, n’O Estado de São Paulo.

SUGESTÃO ADICIONAL – leia também a NOTA “PSDB e DEM vão reunir Serra e Aécio antes do Natal”, publicada por Josias de Souza, da Folha de São Paulo.