EXCLUSIVO (2). E se Farret não concorrer em outubro? Schirmer e o PP arrumam uma baita encrenca

A possibilidade de José Haidar Farret, do PP, não concorrer à Assembléia Legislativa é real. Tanto quanto, no mínimo, a manter o curso montado ainda antes da eleição de outubro de 2008, em que se tornou vice-prefeito de Santa Maria, na chapa liderada pelo peemedebista Cezar Schirmer.

Como a hipótese é real, se torna importante tentar avaliar quais as conseqüências advindas dela. De cara, já dá para afirmar: é uma grande encrenca para o prefeito, que não conta com isso. Antes, e conforme o combinado, Farret se afastaria da secretaria da Saúde e Schirmer (ouvindo ou não o parceiro de governo) nomearia outro titular, tão da sua confiança ou até mais afinado quanto o próprio representante do PP.

Mais que isso, dá-se como certo que o preferido do Schirmer para ocupar a secretaria da Saúde e o do médico cardiologista Luiz Gustavo Thomé. Que, a propósito, ninguém sabe se foi ou não convidado, ainda. E aí, como fica, já que José Farret está entre aqueles secretários que não se pode demitir – pois implicaria, de imediato, o esfacelamento da aliança com o PP, com conseqüências bastante previsíveis, inclusive no Legislativo?

Logo, Schirmer e Farret (que mantêm boa relação pessoal, mas com evidentes divergências na condução de algumas questões ligadas à Saúde) terão que conviver. A menos que, na sua autoavaliação (leia nota imediatamente anterior, abaixo), o vice-prefeito entenda que deva sair da secretaria, independente de concorrer ou não à Assembléia.

E as conseqüências para o PP? As mais óbvias são duas. A primeira é a evidente perda de espaço no governo em cuja eleição foi co-protagonista. Mesmo com a permanência de Farret, é pouco provável que consiga ver atendido o pleito de maior participação no governo. E, ele saindo (mesmo desistindo da candidatura), pior ainda. Além de nada acrescentar, ainda perderá.

E a segunda decorrência da eventual desistência de Farret é ficar sem candidato santa-mariense à Assembléia Legislativa. Teria que “inventar”, como me disse um dirigente outro dia, por conta dos rumores que levaram o repórter a conversar com o vice-prefeito. Ate não seria assim tããão difícil “criar” uma candidatura. Sempre haveria quem, com conceito e qualidade, pudesse submeter seu nome ao eleitorado. Sem chance de vitória, mas com cacife para o futuro. No entanto, cá entre nós, seria muito menos do que exige a grandeza do PP em Santa Maria.

Resumo da ópera: uma possível saída de José Farret do cenário eleitoral, concomitantemente ou não à sua permanência na secretaria de Saúde do município, cria uma baita encrenca. Tanto para Schirmer, quanto para o PP. Ponto.

EM TEMPO: a foto (de arquivo) que ilustra esta nota é de Felipe Pires, da Coordenadoria de Comunicação Social da Prefeitura.

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