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FIM AO ANACRONISMO. Cacism vai ao Ministério Público do Trabalho por súpers abertos aos domingos

Não deixa de ser irônico. Em vez de os representantes dos trabalhadores irem à luta para ampliar o mercado e, consequentemente, o emprego; quem está defendendo isso é a maior entidade empresarial de Santa Maria, a Câmara de Comércio, Indústria e Serviços (Cacism) – que propugna a reabertura dos súpers aos domingos como forma de facilitar a concorrência, atender anseio da comunidade e, de inhapa, ainda permitir a criação de mais postos de trabalho.

E, o pior, não parece que sindicalistas supostamente defensores dos trabalhadores fiquem corados ou com vergonha. Até se manifestariam contrários. Mas, enfim, o fim do anacronismo pode vir de onde menos se poderia imaginar. Ah, os detalhes da luta da Cacism (sim, da Cacism) você pode conferir no material produzido e distribuído pela assessoria de comunicação da entidade. O texto é assinado pela jornalista Sione Gomes. A seguir:

CACISM defende a livre abertura dos supermercados

Não fechar aos domingos. Abrir novas oportunidades. As duas frases sintetizam a posição da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Santa Maria (CACISM) com relação à Convenção Coletiva do Trabalho acordada entre o Sindicato dos Empregados do Comércio de Santa Maria e o Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios de Santa Maria (Sindigêneros). A decisão, que restringe a utilização de mão-de-obra dos empregados aos domingos e feriados, cerceia a livre concorrência e inviabiliza o funcionamento de empreendimentos maiores. Em busca de solução para o que entende ser um atraso para a cidade, a entidade aguarda manifestação do Ministério Público do Trabalho com relação ao assunto.

Pautada pela defesa do desenvolvimento local, a CACISM não aceita tal Convenção, que se desdobra em impostos que deixam de ser recolhidos, perda de empregos e insatisfação da comunidade. “Já são 113 anos defendendo a bandeira pelo crescimento de Santa Maria. Essa é a meta. Não podemos concordar com uma decisão de poucos que traz prejuízo a muitos. Perdem os empresários, que querem e têm o direito de atuar em domingos e feriados. Perdem os trabalhadores, que podem ficar ser emprego. Perde a comunidade como um todo”, reitera o presidente Paulo Ceccim.

Assim, a entidade está mobilizada em busca de alternativas para reverter a situação – o que pode vir a ocorrer, visto o exemplo de Cascavel, no Paraná, onde Ministério Público do Trabalho (MPT) propôs Ação Civil Pública com este fim. Segundo o assessor jurídico da CACISM, o advogado Ricardo Blattes, entre as atribuições do MPT está a de velar pela regularidade das relações trabalhistas, inclusive impedindo que instrumentos como Convenções Coletivas de trabalho interfiram indevidamente nas relações concorrenciais.

Em representação apresentada ao procurador Evandro Brizzi, coordenador do Ministério Público do Trabalho de Santa Maria, é explicitado o embasamento legal que sustenta o pedido apresentado pela entidade. Da mesma forma, são relacionados aspectos danosos da referida convenção, que pode ser entendida como uma estratégia que enfatiza a defesa do direito dos trabalhadores como subterfúgio para mascarar disputas mercadológicas.”

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Um Comentário

  1. eu acho que está é faltando mais gente peituda.. corajosa.. que dá a cara para bater mas também bate.
    nós estamos enfeitiçados pelo achismo e pelo marasmo total e absoluto.
    abertura dos mercados significa sim mais empregos e oportunidades.
    significa sim respeito absouto ao consumidor!!
    e disso nao poderíamos abrir mão nunca!!!
    parabéns a cacism que tem coloco a cara emquestões polêmicas da cidade sem medo de enfrentá-los

  2. Muito boa a iniciativa da CACISM. Após a manifestação do Ministério Público do Trabalho teremos definitivamente encerrada esta “guerra de bugios”!
    Tenho por vezo respeitar os contratos firmados e é assim que enxergo uma Convenção Coletiva do Trabalho. Se existe tanto dano assim para a sociedade a Convenção estabelecida pelos supermercadistas e trabalhadores agora é a hora da verdade.
    Espero que os argumentos estejam bem fundamentados. Os empregos, por exemplo. Espero que estejam quantificados quantos empregos serão criados com a abertura dos estabelecimentos aos domingos e isso vale para os outros aspectos envolvidos como crescimento econômico e etc… Chega de discursos vagos, cheios de “boas intenções” mas sem nenhum amparo técnico.
    Já tivemos em Santa Maria as duas experiências. Mercados abertos aos domingos e mercados fechados aos domingos. Portanto, falta de parâmetros não é justificativa para uma eventual inexistência de informações quantitativas sobre as variáveis envolvidas.
    Por fim, um desejo. Se tudo o que a CACISM afirma sobre esta questão receber guarida da Justiça do Trabalho, espero que os representados eliminem das respectivas entidades de classe as lideranças atuais dos supermercadistas e trabalhadores no comércio. Desta forma não ouviremos mais as ironias de que duas entidades de classe chegaram a um acordo nocivo para ambas as classes como temos que ouvir hoje.

  3. Acho que temos que analisar esta questão de forma desapaixonada. Sou a favor que os supers e as lojam abram aos domingos e feriados, mas que os trabalhadores sejam remunerados corretamente para tal fim. Pronto. Isso resolve o problema.

  4. nós temos que abrir a boca!! nos manifestar contra este abuso! absurdo! desrespeito com o cidadão!! com esta falta de visão pois estamos abrindo mão de melhor atendimento, de receito e de geraçao empregos!!
    temso que resgatar nosso poder de indignação perdido a muito tempo!!!
    temos que apoiar a cacism

  5. Em tempo: quero dizer que sou totalmente favarovel a esta abertura, onde o seu impedimento nada mais é do que um tiro no pé em termos sociais e econômicos para as empresas e cidade.
    Precisamos nos manifestar bem mais sobre isto, esperando que a ação da cacism tenha resultado positivo.

  6. Prezado Jornalista dois comentários:
    É a segunda vez em poucos dias que a Cacism ( maior entidade empresarial da região ) questiona ações feitas por setores empresariais da cidade. ( TRANSPORTE COLETIVO E MERCADOS ).
    O que está acontecendo?
    Falo isto porque deixo aqui a minha admiração a entidade que demonstra ter independência nos seus atos e visão pensando mesmo nas questões maiores mesmo que isto possa gerar conflitos em uma mesmo setor
    Cezar Dias Flores

  7. A Cacism não aceita a convenção. Nossa!! Que medo! que bom que SM tem uma entidade tao preocupada com o emprego e o atendimento aos “anseios” da comunidade. Nao se pode dizer que a Cacism não é persistente. Ela vai aceitar que as lojas e o restante do comércio abra aos domingos também? Ou a ideia é ferrar com os supermercados mesmo. Eu não acho que a comunidade está tão insatisfeita assim com a convenção. As coisas já estavam mais tranquilas. Até agora quando a Cacism resolveu que vai continuar com sua “luta”. Aff.

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