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Olhar de fora. Faltariam estadistas para o Rio Grande do Sul. Por isso, a crise se eterniza

Que o Rio Grande está falido, no que toca ao setor público, até o mais renitente oposicionista sabe, tanto quanto o governista mais feroz. Há consenso, aí. O que difere, e muito, é a forma de tratar da crise, a questão histórica e, sobretudo, o jeito de fazê-la se aquietar.

 

O jornalista Luis Nassif que, os leitores habituais já sabem, penso ser o mais agudo e inteligente, além de bem informado, profissional brasileiro, tem a sua idéia. Aliás, em boa parte escudada por reportagem publicada pel’O Estado de São Paulo, através do correspondente em Porto Alegre, Elder Oliari.

 

O que estaria faltando, dada a falta de capacidade do atual governo gaúcho para o enfrentamento do problema em que todos os anteriores falharam, é estatura. Não no sentido pejorativo do termo, quem sabe. Mas… bem, que tal dar uma lida na reportagem? A seguir:

 

“Sem ajuda, RS chega ao fundo do poço

Déficit orçamentário é histórico, mas não pode ser financiado; situação prejudica investimentos e contratações

 

Depois de décadas de socorro prestado por empréstimos, efeitos da inflação, privatizações, saques do caixa único, depósitos judiciais e aumentos temporários do ICMS, o caixa do Rio Grande do Sul está raspado. E o Executivo não pode mais sonhar com ajuda externa.

O déficit orçamentário persiste pelo menos desde os anos 70, mas ficou escancarado agora, quando não pode mais ser financiado e começa a asfixiar os já raros investimentos, os aumentos salariais, as contratações e a política de incentivos fiscais.

 

Na tentativa de ganhar um fôlego que lhe permitisse investir sucessivamente de 2,5% a 10% do orçamento em quatro anos, a governadora Yeda Crusius (PSDB) recorreu a uma fórmula tradicional e teve dois projetos de reajuste de alíquotas rejeitados, em dezembro do ano passado e em 14 de novembro deste ano, algo que antecessores como Alceu Collares (PDT), Antônio Britto (PMDB) e Germano Rigotto (PMDB) conseguiram em 1993, 1998 e em 2005. Agora ela diz que resolverá o problema só com corte de despesas e aumento de receita, mas prevê pelo menos mais três anos de dificuldades.

 

Nos dias atuais o governo gaúcho está engessado. Os gastos com a folha de pagamento consomem cerca de 70% da Receita Corrente Líquida. A amortização da dívida com a União leva mais 18%. Os 12% restantes são rateados entre custeio, educação e saúde e outras despesas, mas faltam recursos para todas as rubricas.

 

Em meio aos números, não há governo nem economista que não aponte o problema previdenciário como o responsável pela maior sangria. Os aposentados e pensionistas ficam com uma fatia de 52,7% das despesas com pessoal, que chegaram a R$ 8,7 bilhões no ano passado. O porcentual cresce ano a ano e não vai parar, pelo menos neste governo, quando 15% dos 173,3 mil servidores ativos estarão em condições de se aposentar.

“O Estado montou uma grande rede de serviços antes de outros e precisou de gente para isso”, diz o secretário da Fazenda, Aod Cunha. “Combinado isso com um sistema de aposentadoria e a expectativa de vida (74,8 anos no Estado e 72,4 anos no País), temos a razão de tanto gasto com pessoal e inativos.”

 

Diante da perspectiva de falta de investimentos, de reajustes e de contratações, o presidente da Federação dos Servidores do Estado (Fessergs), Sergio Arnoud, propõe que as forças políticas, especialmente a base de Yeda, que se fragmentou na votação das novas alíquotas, voltem a conversar. “O Estado não pode ficar sem serviços públicos”, ressalta…”

 

 

SUGESTÕES DE LEITURA – confira aqui  a íntegra da reportagem  “Sem ajuda, RS chega ao fundo do poço”, de Elder Oliari, n’O Estado de São Paulo, reproduzida por Luis Nassif.

Para conhecer a avaliação do próprio Nassif, acesse aqui.

 

 

 

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