EXCLUSIVO. Saiba o teor da conversa (nada amena) entre Padilha e Schirmer, no gabinete do prefeito
Até as pedras sabem que Cezar Schirmer e Eliseu Padilha não conversam a mesma língua, no interior do PMDB gaúcho. Embora, é bom que se diga (a memória do repórter tem lá seus predicados), já tenham se encontrado do mesmo lado, em meados dos anos 90 – na ocasião, com apoio de Padilha, Schirmer disputou a presidência da sigla no Estado contra o então peeemedebista Paulo Odone.
Isso, porém, é passado. Hoje, não. O prefeito de Santa Maria se alinha entre os chamados “históricos” do peemedebismo, bastante vinculado ao senador Pedro Simon. O deputado federal e secretário geral do PMDB/RS é considerado adversário, na disputa pelo poder partidário estadual.
Padilha, para desespero de muita gente, faz, melhor do que nenhum outro, o trabalho formiguinha – de contato direto com as bases do partido. Ao ponto de até mesmo seus mais ferozes adversários admitirem: se fosse para a convenção, insistindo em ser candidato ao Senado, seria. O deputado desistiu, preferindo concorrer à reeleição à Câmara dos Deputados. E é basicamente por isso (se fosse outra razão, trataria direto com Simon) que na visita que fez à boca do monte, na sexta-feira, o encontro com o prefeito foi beeeem mais que protocolar.
Como se sabe, embora longe o repórter esteja de duvidar que o voto pessoal de Schirmer seja mesmo para Marcelo Bisogno (PDT), um santa-mariense e governista, a maior parte do grupo do prefeito fechou e não abre com a candidatura à reeleição de Osmar Terra, ex-secretário estadual de Saúde. Um de seus principais colaboradores, inclusive, o ex-presidente do PMDB, Renato Nicoloso, secretário adjunto de Infraestrutura, anda de baixo para cima com o deputado.
O que queria Padilha, no encontro de sexta? Simples: obter de Schirmer a promessa de que Terra não terá o monopólio. Ou, por outra, que os peemedebistas pudessem ter o direito de apoiar outros candidatos, inclusive (ou especialmente) ele Padilha, sem qualquer tipo de constrangimento no governo da comuna.
Não se pode dizer que a conversa tenha sido exatamente amena. Ao contrário, a tensão estava no ar. Foram cerca de 20 minutos de papo, perto do meio dia, regado a chimarrão. Além de Schirmer e de Padilha, três testemunhas. Uma o próprio presidente local do PMDB, Robson Zinn, articulador do encontro, assumidamente padilhista e coordenador da campanha do deputado em Santa Maria e região. Os outros dois participantes (ouvintes, tanto quanto Zinn) foram os dois ex-presidentes peemedebistas, ambos com importante história no PMDB local: Antonio Carlos Lemos e Carlos Evanói Vieira.
No conversê, Padilha disse não querer o voto de Schirmer. Que sabia ser de Terra. Mas exigiu que não houvesse qualquer retaliação para com aqueles que o apóiam, na cidade. Ou que venham a apoiar. Lembrou que, além dele, também Darcísio Perondi busca votos entre os peemedebistas da boca do monte.
Mas, quais os argumentos utilizados por Padilha? Aparentemente, segundo foi possível apurar, o que comoveu meeeesmo Schirmer, foi a lembrança de passado recente. Especialmente da ajuda política forte que recebeu de Padilha, quando de suas duas primeiras tentativas de ser prefeito de Santa Maria, em 2000 e 2004. Em que perdeu por uma série de razões, menos pela falta de apoio padilhano. E que em 2008 também esteve na cidade, inclusive gravando depoimentos para o trololó eletrônico. E também foi tocado (embora de forma periférica) o apoio pessoal de Padilha a Schirmer, em episódios políticos internos do partido.
Resumo da ópera: embora a tensão, Padilha saiu do gabinete com a garantia de Schirmer que seus pleitos seriam atendidos. Que ele, Terra e Perondi poderiam vir fazer campanha. E que não haverá qualquer tipo de constrangimento a quem quer que resolva apoiar outro que não o escolhido do grupo do prefeito.
PERGUNTA CLAUDEMIRIANA: será assim, meeeesmo, que tudo vai se dar? Resposta possível no momento: a campanha oficialmente não demora, e se saberá. Inclusive do que pode (se pode) fazer Padilha, se não for atendido. Pooois é. Como se percebe, nos dois principais partidos de Santa Maria, PMDB e PT, não dá pra dizer que a situação é exatamente mansa, entre as principais lideranças. Principalmente nessa hora, em que a onça pode beber água. Ou se afogar.
SIGA O SITÍO NO TWITTER
Escutei o Sr Padilha na Pioneira, na analise dele quem vai disputar eh o Sr. Fogaça, e a dona Ieda. Quero discordar do Deputado, vai ser uma briga de Serrote no bom sentido, entre Fogaça e Tarso, quem viver verá, ainda mais com o tal voto ZeZe.
Teria o prefeito dito “vai pra casa, Padilha!” pro nobre deputado?