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Avanço e atraso – por Gilson Piber

A instalação de camelôs, ambulantes e artesãos no Shopping Independência, aliada ao início da revitalização da Avenida Rio Branco, marca um avanço para Santa Maria enquanto cidade. Do lado contrário, está a notícia da manutenção de um calendário mínimo de abertura dos supermercados aos domingos e em alguns feriados no município. O acordo firmado entre os sindicatos dos Comerciários e do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios (Sindigêneros) reforça a mentalidade de atraso no Coração do Rio Grande, em pleno século XXI, praticada por algumas pessoas. Vai de encontro ao que pensa a maioria dos habitantes locais e da região.

São dois atos de enorme relevância para a população santa-mariense, mas com consequências completamente diferentes. Um traz grandes benefícios à cidade e aos seus moradores, oferecendo, outra vez, uma área para lazer e convivência. Outro revela a pequenez de pensamento coletivo e, principalmente, econômico.

A Avenida Rio Branco faz parte da história de Santa Maria e, como tal, merece ser revitalizada e colocada à disposição da comunidade. É um espaço público privilegiado e que traz, em cada pedra da via e dos canteiros centrais, memórias de uma cidade pujante, hospitaleira e conhecida no cenário nacional e internacional.

Sou favorável à folga dominical dos trabalhadores dos supermercados. Mas sou contrário, sim, a não-abertura livre dos supers aos domingos e feriados, bem como das lojas e outros empreendimentos. Já disse neste espaço, em artigos anteriores, que uma cidade como Santa Maria não pode parar aos domingos e feriados.

É inadmissível que empresários e trabalhadores santa-marienses não encontrem uma fórmula simples, correta e justa de abrir as portas dos estabelecimentos comerciais aos domingos e feriados, em sistema de escala, por exemplo. Isso ocorre na maioria das cidades de médio porte do mundo. Quero crer que Santa Maria seja uma delas também.

Como exemplo, no domingo, por volta das 19h, telefonei para minha cunhada em Lajeado. Estava ela em um supermercado, fazendo compras para a semana. Não é à toa que Lajeado é uma referência comercial no Vale do Taquari. O mesmo vale para Caxias do Sul e outras dezenas de cidades gaúchas. Mas aqui, em Santa Maria, é diferente. Existe um calendário que determina e obriga o consumidor a ir ao supermercado naquele domingo ou feriado estipulado pelos dois sindicatos das categorias.

Enquanto a lei federal 11.603/2007, que permite as atividades do comércio em geral aos domingos e feriados, ficar restrita à negociação coletiva entre patrões e empregados, Santa Maria perde como um todo. Enganam-se aqueles que acham que o seu emprego está garantido com tal decisão. O mesmo vale para os empresários que preferem cerrar as portas em vez de oferecer mais empregos.

Nos resta, felizmente, ver concluída a revitalização da Avenida Rio Branco. Agora, a erva para o chimarrão, o suco, o refrigerante e outros produtos para passear com a família pela via devem ser comprados até sábado, principalmente se o domingo não estiver no calendário de abertura dos supermercados.  O tempo é o senhor da razão.

Gilson Piber – [email protected]

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