É a nossa vocação? – por Gilson Piber

Se conseguir revitalizar a avenida Rio Branco, limpando a área e embelezando os canteiros centrais da via, a administração do prefeito Cezar Schirmer marca pontos importantes na história do município. Não quero supervalorizar a medida, nem menosprezá-la. O ato nasce de um processo que a cidade e seus habitantes merecem há muito tempo. Quem administra Santa Maria precisa avançar, pensar grande e realizar algo para a maioria da população. O Shopping Independência é uma realidade como prédio e deve sê-lo como local de comércio para camelôs, ambulantes e artesãos.

Em contrapartida, a novela de abertura dos supermercados aos domingos promete novos capítulos. O que está ruim pode ficar pior? Sinceramente, espero que não. Já ouvi gente bem-informada dizer quer os supers poderiam nem abrir mais aos domingos na cidade. Seria o retrocesso do retrocesso. Não é assim que empregos são mantidos e sequer aumentados. Esta medida seria ainda mais retrógrada e pequena. De qualquer forma, comemorarmos (?) a manutenção do atual acordo, de os supermercados abrirem suas portas uma única vez por mês, não acrescenta nada. Como polo regional, Santa Maria seguiria andando para trás, em marcha à ré, lamentavelmente.

Lojas e supermercados fechados aos domingos não combinam em nada com a proposta de transformar Santa Maria numa cidade turística. Enquanto algumas lideranças sindicais e até empresariais pensarem pequeno e só olharem para o próprio umbigo, o município perde como um todo. Volto a convocar os Poderes Executivo e Legislativo a discutir o assunto com mais seriedade e menos demagogia. Do contrário, perderemos mais um ano. E, de ano em ano, vamos de encontro ao que as médias e grandes cidades praticam. Será essa a nossa vocação?

Muito obrigado. Utilizo essa expressão para agradecer ao amigo e colega jornalista Claudemir Pereira por abrigar, em seu “sítio”, os textos que escrevo desde o final de 2007.  Segundo ele, hoje atingimos a marca de 100 artigos. É um dado significativo, principalmente para este jornalista. Agradeço igualmente aos internautas que, em determinado momento, lêem e comentam os materiais.

Sou um santa-mariense de 42 anos e priorizo escrever sobre os assuntos da cidade. Em algumas ocasiões, a ideia não vem e a página do computador fica vários minutos sem nada escrito. É a solidão de quem escreve, ou melhor, tenta escrever. Mas, assim como a ideia vai, ela volta. Como certeza relativa, resta dizer que a verdade não tem dono. Ainda bem.

Gilson Piber – [email protected]