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INFORMÁTICA. Sindicato quer professor no laboratório, Prefeitura prefere técnico. Daí que…

Daí que, e seguindo o título desta nota, os alunos da rede municipal de ensino não podem contar com os 52 laboratórios obtidos através do Proinfo (Programa Nacional de Informática na Educação). O troco federal, assim, não é plenamente utilizado na prática, em prejuízo óbvio ao aprendizado de um bom punhado de pequenos santa-marienses.

Essa é a dedução claudemiriana, a partir de material produzido e distribuído pela assessoria de imprensa do Sindicato dos Professores Municipais, que contesta a idéia da Prefeitura e apresenta um amplo relatório, com números de escolas que receberam computadores, as que não têm laboratório, as que o possuem mas não está ativo, as que funcionam parcialmente. E também escolas que possuem internet banda larga (paga ou gratuita), entre outras informações.

O espaço democrático deste sítio está, obviamente, aberto às contestações oficiais, se for o caso. Enquanto isso, acompanhemos a reportagem de Susana Leite, da assessoria de imprensa do Sinprosm. A seguir:

À espera do primeiro clic

Escolas têm laboratórios de informática, mas não o utilizam por falta de pessoal capacitado.

Introduzir o uso das tecnologias de informação e comunicação nas escolas da rede municipal não está sendo uma tarefa muito fácil. O município recebeu, através do Proinfo (Programa Nacional de Informática na Educação), a instalação de 52 laboratórios de informática nas escolas municipais de ensino fundamental de zonas urbanas e rurais. Mas o que prometia ser um avanço no ensino tornou-se um entrave no que diz respeito a quem deve assumir o laboratório.

O Sindicato dos Professores Municipais de Santa Maria (Sinprosm) e o Núcleo de Tecnologias Educacionais Municipal (NTEM) compartilham a opinião de que o responsável pelo laboratório de informática seja um professor com formação na área de informática educacional. Já no entendimento da Secretaria de Educação do Município (Smed), os laboratórios poderiam funcionar somente com a presença de um técnico responsável, o que dispensaria a necessidade de um professor e comprometeria a finalidade do programa. O Sinprosm questiona o posicionamento da Secretaria de Educação no que diz respeito à função pedagógica da sala de informática.  

Além disso, há escolas que sequer possuem um espaço adequado para receber os computadores e outras com laboratório completo, mas não o utilizam porque faltam profissionais capacitados. De acordo com dados informados pelo NTEM, das 56 escolas municipais de ensino fundamental quatro não possuem laboratório. E na maioria das que têm laboratório montado, as portas estão fechadas.

Laboratórios 52 escolas receberam computadores do Proinfo. Destas, 36 obtidas pelo Novo Proinfo (2009 e 2010), 10 Upagrades (2010) e seis Proinfo (2008).
Não possui laboratório Leduvina da Rosa Rossi, Santa Cecília, Professora Francisca Weinmann e Professora Erlinda Minoggio Vinade. Todas as escolas são urbanas. No documento do NTE consta que nessas quatro escolas não há laboratórios do Proinfo nem de outros projetos, mas estão cadastradas no Sigetec.
Possui laboratório, mas não funciona 27 escolas possuem laboratório montado, mas não tem profissional para atuar.
Funcionamento parcial 24 escolas possuem professores lotados e capacitados para assumir o laboratório de informática.
Internet 43 possuem banda larga; destas, 37 são gratuitas e sete são pagas. Outras 12 escolas não possuem internet banda larga.
Recebeu computador, mas não tem laboratório Nove escolas estão em fase de construção de salas. Apenas as escolas Leduvina da Rosa Rossi e Santa Cecília não têm espaço para construção de laboratório.

O Sinprosm visitou algumas das escolas que têm laboratório, mas que não o utilizam nas aulas. É o caso da EMEF Castro Alves, na Vila Oliveira, e das EMEFs Antonio Gonçalves do Amaral e Miguel Beltrame, em Camobi. Estas três escolas representam a situação de um total de 27 onde os laboratórios de informática ainda estão fechados porque falta um responsável.

O programa do governo federal oferece não só a compra e a instalação dos computadores, como também a capacitação profissional para o professor atuar no laboratório. As atividades de informática deveriam acontecer de forma extensiva e complementar às atividades de sala de aula. O município beneficiado pelo Proinfo deve providenciar a infraestrutura necessária para o funcionamento dos laboratórios nas escolas. As escolas de Santa Maria enfrentam tanto problemas de falta de infraestrutura, quanto de falta de profissionais.

Sala de informática – O professor Glaiton Bastianello, que atua na sala de informática da EMEF Fontoura Ilha, defende a presença de um professor com capacitação para atuar nos laboratórios. “É importante salientar que a sala de informática é uma extensão da sala de aula e que os recursos tecnológicos têm a função de estar a serviço das finalidades pedagógicas. Ter computadores na escola, conectados à rede ou não, não é o suficiente para realizar a pretensa inclusão digital e a melhoria da qualidade do processo de ensino-aprendizagem. Não são as tecnologias que vão revolucionar o ensino ou a escola, mas a maneira como elas são utilizadas. Todas as atividades precisam ser bem estruturadas e bem planejadas com momentos de pesquisa e visualização do conteúdo estudado, devem partir de um planejamento prévio entre os professores envolvidos no processo, ou seja, com professor responsável pela sala de informática habilitado com os cursos do NTEM/Proinfo, juntamente com o professor da turma e ou disciplina. Este planejamento é fundamental na hora de definir as ações que serão feitas no computador, ou seja, na sala de informática, pois é tão importante quanto ser criativo na hora de elaborar uma aula”, argumenta Bastianello.

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Um Comentário

  1. Numa cidade que se diz “CULTURA” visualizamos esse tipo de situação. É incondicionalmente equivocada a postura da Secretaria de Educação de S.Maria!! Mas o que esperar de pessoas que não tem formação e conhecimento na área de gestão educacional? Enquanto nossos governantes estiverem preocupados em acomodar seus aliados e fazer alianças e manter as aparências por meio de discursos evasivos e demagógicos teremos esse cenário: descaso, falta de compromisso e a população à mercê de boa vontade.
    O PROINFO, a título de informação aos que compõem à SMEd de S.Maria, é um programa governamental – MEC Brasil que requer como contrapartida boa infra-estrutura para acomodar e ofertar as salas de informática aos alunos das redes públicas, assim como, também, como contrapartida profissionais capacitados sobretudo paedagogicamente.
    mas isso, caro Sr. Secretário de Educação, todos sabem é claro, o que me leva a afirmar com letras garrafais: FALTA COMPETÊNCIA TÉCNICA AOS GESTORES DA SMEd e, também, VONTADE POLÍTICA DO SR. PREFEITO MUNICIPAL que gosta mesmo é de ficar discurssando.

  2. A mim parece que estes fatos são um descaso com a educação do município e também com os contribuintes que quando recebem algo de bom que são as salas de informática vem um governo que não dá condições (neste caso professores) de os alunos usarem. Este é governo que faz mais e melhor??

  3. eu acho que esta faltando vontade da administração municipal. Todos sabem que não há técnicos em informática nem para atender as secretarias e o CPD da prefeitura. Será que vão fazer concurso para ter, no mínimo, um técnico em cada escola????? A Procuradorá, sendo professora municipal, já se manifestou??? Não seria interessante alguém olhar a Escola Edy Maia Bertoia se tem laboratório pronto com professor atuando??? Já o Conselho tem a obrigação de se manifestar sobre o assunto. Vamos esperar para ver.

  4. O Sinprosm defende o professor nas salas de informática em virtude do caráter pedagógico para o qual os mesmos foram criados. Um professor com formação do Proinfo ou com especialização em mídias na educação é capaz de dar esse respaldo para o professor em sala de aula, uma vez que, as salas existem para que o aluno aprenda os conteúdos das disciplinas e não somente aspectos técnicos como word, excel e outros. O custo de impalntação dessas salas foi muito grande não há porque economizar no professor que é quem pode garantir a qualidade no uso dessa tecnologia. Além do mais, se essa admistração pretende realmente elevar Santa Maria a índices de excelência em educação deve saber que investimentos para isso são necessários.

  5. O que Eu acho é que a prefeitura não tem interesse que as crianças tenham os computadores ou não os acesse porque daqui um pouco todas poderão ser comentaristas do site do Claudemir .

  6. Já que a autonomia das escolas parece estar restrita ao papel, não cabe ao Conselho Municipal de Educação – CME pôr termo à discussão sobre a qualificação do profissional para atender os laboratórios de informática? Perdoem-me a ignorância, mas este questionamento nasce da angustia de quem tomou conhecimento do quadro apresentado na nota. Situação absolutamente inadmissível para qual urge, antes de qualquer explicação, uma solução definitiva.

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