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A Era Dunga não acabou – por Máucio

Depois da derrota para a Holanda e a consequente desclassificação da seleção brasileira na copa da África a imprensa de oposição ao treinador canarinho, principalmente do ¨centro do país¨, discursa em coro dizendo que chegou ao fim a Era Dunga. No entanto creio que isto não é bem assim.

Não sou muito entendido de futebol, mas o bastante para detectar umas características diferenciadoras, por exemplo, entre o ex-técnico (demitido neste domingo) e outro gaúcho, o Felipão. A mais gritante e fresquinha evidência é a de que, quando estiveram à frente do nosso escrete (fundo do baú), o Scolari foi Campeão do Mundo e o Dunga um fracasso.

Num raciocínio básico é preciso lembrar que um bom jogador não será, necessariamente, um grande comandante de equipe, assim comum um aplicado aluno poderá vir a ser um professor incompetente. Do mesmo modo que um excelente médico talvez não exerça satisfatoriamente as funções de administrador hospitalar. São funções variadas que exigem habilidades e talentos distintos.

Colocado em um cargo de coordenação, em alguns aspectos o Dunga, por temperamento ou birra, agiu de modo oposto ao colega.  Luiz Felipe, por exemplo, teve a lucidez e sabedoria de, na copa de 2002, cooptar e recuperar Ronaldo Nazario e esta ação perspicaz mostrou-se muito eficiente. Dunga parece ter tomado posição contrária em relação ao Ronaldinho Gaúcho. Não teve jogo de cintura, fechou-se em um juízo inicial e raquitizou o diálogo. E é evidente que esta não foi uma atitude isolada, indica um perfil.

Através da imprensa Dunga mostrou uma mentalidade severa, de raciocínio simplista e dominantemente técnica o que, geralmente, sugere insegurança. Esses traços parecem que foram transferidos para o time.  Mas o que me preocupa mesmo é que esse modo ver as coisas e o mundo não está limitado, atualmente, à seara futebolística. Há uma tendência generalizada.

Apresenta-se cada vez mais em evidência indivíduos com pensamento restrito ao universo lógico, previsível, burocrático. Utilizam planilhas e formulários com pretensões definidoras. Essas criaturas, sem senso do inusitado criativo, tentam elaborar, cotidianamente, discursos aparentemente complexos, mas sem conexão com a vitalidade concreta. Esquecem que ¨Futebol é dinâmico¨ e que ¨A imaginação é mais importante que o conhecimento¨ (Salve Einstein!).

O perigo maior é que alguns deles, em seus setores específicos, são capazes de seduzir e treinar pessoas desatentas ou subjugadas por um tempo muito maior que o de uma simples quartas-de-final.

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