A Linha Cidade-Campus – por Gilson Piber
O transporte coletivo é uma concessão pública. A expressão concessão pública significa o contrato entre a Administração Pública e uma empresa particular, pelo qual o governo transfere ao segundo a execução de um serviço público, para que este o exerça em seu próprio nome e por sua conta e risco, mediante tarifa paga pelo usuário, em regime de monopólio ou não.
Trago o assunto para Santa Maria. Já disse que sou favorável às alterações promovidas até agora pela Prefeitura e as empresas de transporte coletivo da cidade para a implantação do Sistema Integrado Municipal (SIM). Agora, como prega a Associação dos Transportadores Urbanos de Passageiros de Santa Maria (ATU) em seu site – www.atu.com.br -, “os processos de qualificação devem ser continuamente aprimorados”.
O que não é um processo qualificado, caros leitores, é uma viagem da Praça dos Bombeiros até a UFSM, pela Faixa Nova, durar 53 minutos, em plena terça-feira de manhã, 13 de julho de 2010. Esperar por quase 20 minutos pela chegada do ônibus na parada já é um abuso, principalmente com a temperatura baixíssima. Depois, mais 33 minutos de deslocamento e cerca de 90 passageiros a bordo.
Mesmo que o calendário letivo aponte o dia 10 de julho como término da 2ª avaliação parcial e das aulas do 1º semestre letivo de 2010, a UFSM não para. Professores, servidores técnico-administrativos, alunos, bolsistas e a população em geral, principalmente a que busca atendimento no Hospital Universitário, mantêm o ritmo das atividades. Ainda conforme o calendário letivo, de 12 a 17 de julho, ocorre o período destinado à avaliação final, relativa ao 1º semestre de 2010. Gente não falta na Cidade Universitária e boa parte usa o ônibus como transporte.
Mas, ao primeiro sinal de férias, o número de ônibus da Linha Cidade-Campus diminui consideravelmente. Que se danem os usuários. Eles que se adequem aos novos horários propostos pelo consórcio que faz a linha. O correto seria a manutenção dos horários no início e final da manhã, tarde e noite. Mas isso, infelizmente, não ocorre. A fiscalização da Prefeitura precisa, inicialmente, ocorrer e, depois, ser eficiente.
Ônibus cheios são vistos, assim como gente indignada nas paradas, já que a lotação impede que outros passageiros entrem nos veículos no decorrer do trajeto. Vi tudo isso, com meus próprios olhos, principalmente ao longo da Faixa Nova de Camobi. Passageiros de outras linhas do município devem enfrentar o mesmo problema.
Tenho um enorme respeito pelos dirigentes da ATU e pelo prefeito Cezar Schirmer, mas duvido que eles ficariam contentes e satisfeitos em esperar no frio e levar 53 minutos no total para chegar até a UFSM, indo pela Faixa Nova de Camobi, e em um ônibus superlotado.
Desta forma, considero que fica difícil “uma verdadeira transformação no sistema de transporte por ônibus urbanos em nossa cidade”, como prevê a ATU. Reconheço que o SIM é um avanço, mas “um transporte ainda melhor…, com mais conforto, eficiência, economia e transparência” está ainda distante daqueles que pagam a tarifa. Eu sou um deles. Como um santa-mariense otimista, espero que o SIM derrote o NÃO.
Gilson Piber – [email protected]
Concordo com o prof. Gilson Piber, a região oeste da Cidade enfrenta problemas terriveis com horario de ônibus, o pior é que é sempre e não somente no período de férias. Existe apenas uma linha que faz o trajeto direto, então sofremos com poucos horários e conseguentemente com ônibus cada dia mais lotado.
E ainda para ajudar a situação, o último ônibus que vai no sentido bairro-campus é as 17:55, então como fica os alunos que estudam a noite??? não pegam ônibus??? esta situação não têm cabimento, e o pior é que esta desse jeito a muito tempo. Mais quanto tempo teremos que aguentar este descaso com os estudantes.
Não perca o otimismo, Piber. Os administradores públicos contam com o seu, com o meu e com o da população em geral!!!
Concordo plenamente com o prof. Gilson Piber. Moro ao lado da UFSM há 27 anos e posso garantir que a coisa sempre foi assim. Já usei a seção de cartas dos jornais, mas nada adiantou. É um absurdo. Ontem a noite passei por situação semelhante. Um frio de quase zero graus e eu na Rua do Acampamento (parada do Frizzo), esperando um “Universidade”, das 22h55 até 23h24. Pelo site da UFSM, existe um ônibus às 22h45 e o próximo, sóóóó às 23h20!!!
Não tem cabimento. É um desrespeito a ATU pensar que estando em férias, a UFSM para. Existem moradores no bairro Camobi. Ou não?
Como sugestão para o querido cronista, que tal abordar o “direito ao silêncio” nos ônibus urbanos? Porque o volume do rádio é insuportável aos passageiros? Quem tolera? Sou a favor do “cada um com seu mp3” ou, pelo menos, rádios em volume suportável aos ouvidos.