ESTRATÉGIA. Dilma colará mais em Lula. E Serra já fala (e age por) em voto útil

Os militantes da candidatura de Marina Silva (PV) têm todas as razões do planeta, ambientais ou não, para ficarem pê da vida. Inclusive por essa razão, os passos de José Serra (PSDB) são cautelosos e, por enquanto, dados na sombra. Mas o fato é que uma eleição polarizada, em que a verde não decolará (isso já é fato conhecido até das pedras mais escondidas nos rincões amazônicos), implica em estratégias imoladoras.

Se dará certo ou não o que advogam os tucanos é outra coisa, mas algo é preciso fazer, para tentar a vitória. Principalmente porque, do outro lado, o que se pretende realizar na campanha é absolutamente claro: Luiz Inácio Lula da Silva, no fim do expediente e nos finais de semana, será o cicerone de Dilma Rousseff (PT), usando e abusando do fato de que é querido por quase quatro quintos da população.

Quem explica e esmiúça as posturas a ser adotadas pelos principais candidatos, a partir do início efetivo e oficial da campanha para a Presidência da República, é o jornalista Josias de Souza, da Folha de São Paulo. Acompanhe:

 “Eleição apertada leva Serra a mirar eleitor de Marina…

…A partir da segunda quinzena de julho, será inoculada na campanha de Dilma uma superdosagem de Lula. Em combinação com a assessoria do cabo-eleitoral, o comitê da candidata monta a agenda de comícios. Dono de popularidade lunar (78%), o presidente irá aos palanques fora do expediente – à noite e nos finais de semana. Correrá o país.   

O Datafolha informa que, entre os eleitores que aprovam o governo, 25% ainda não sabem que Dilma é a candidata de Lula. Vem daí, sobretudo, a expectativa do petismo, só confessada em privado, de uma vitória no primeiro round.

Para evitar o pior, os operadores de Serra incluíram nos planos de julho algo que havia sido programado para mais adiante. O tucanato fará a corte ao eleitorado de Marina Silva. Segundo o Datafolha, a presidenciável do PV coleciona, por ora, 10% das intenções de voto.

Para não melindrar Marina, potencial aliada de segundo turno, o PSDB não admite. Mas, na prática, trama o chamado “voto útil”. O discurso ambiental vai pingar dos lábios de Serra com frequência crescente. Busca-se seduzir já um naco dos cerca de 13 milhões de votos de Marina…”

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