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Esteve ontem na cidade o economista Antônio Fraquelli, ex-presidente da Fundação de Economia e Estatística. Convidado pela Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Santa Maria, Fraquelli expôs seu ponto de vista acerca da economia mundial e a inserção do Brasil.
Ninguém precisa concordar. Eu próprio estranhei um pouco a ausência de uma análise que enfocasse essa última década. Mas, enfim, trata-se de opinião respeitável e que, antes de tudo, precisa ser conhecida. A propósito, confira o relato feito pela assessoria de comunicação da Cacism. A foto é de Letícia Isaia. A seguir:
“O Assunto É apresenta economia mundial
Na noite de segunda-feira, dia 12, os participantes do “O Assunto É” tiveram a oportunidade de assistir uma ampla análise da economia mundial e brasileira a partir das explanações do economista Antônio Fraquelli. A palestra abordou a temática “Cenários Econômicos Mundiais”.
O panorama econômico foi explicado a partir dos conhecimentos adquiridos em mais de quatro décadas de profissão e da coleção pessoal de informações coletadas de jornais e vídeos, que somam cerca de mil DVDs.
Fraquelli já atuou três vezes como presidente da Fundação de Economia e Estatística Siegfried Emanuel Heuser (FEE), instituição onde continua trabalhando, além de ser professor de economia em centros de ensino e participar de programas em veículos de comunicação. Sua experiência profissional também inclui cargos públicos, como a diretoria do Departamento de Planejamento Governamental da Secretaria de Planejamento do Governo do Rio Grande do Sul, entre 1976 até 1981.
A transição da guerra fria para a globalização
Conforme Fraquelli existem três ordens econômicas mundiais: antecedentes a guerra fria, guerra fria e globalização, considerada a atual. Meio a este cenário, três fatos se destacam. Primeiro, a transição do longo período de guerra fria, a nova economia e reformismo do século XXI.
Nos anos 80 ocorre uma mudança na ordem econômica internacional. No passado, a guerra fria dividia o mundo em dois grandes blocos. O primeiro composto pelos Estados Unidos, Japão e Alemanha, contra a União Soviética e a China. Já hoje, na globalização, o mundo se une e busca combater apenas um inimigo, o terrorismo. Em diferentes países este processo de mudança ocorreu de formas diferentes.
A abertura econômica
Na década seguinte a economia global cresce devido a abertura do contingente populacional para a economia de mercado. O novo cenário é caracterizado pela abertura econômica dos países para outras economias com o objetivo de conquistar bens e serviços em âmbito global. O Consenso de Washington assume proporções mundiais e em âmbito mundial. Mais tarde, nos anos 2000, o Consenso, que constitui recomendações políticas econômicas compostas por dez regras básicas, entra em crise.
Neste âmbito aconteceu uma valorização das empresas da internet, uma ruptura da bolha na bolsa de Nova York. Em conseqüência desta nova realidade mundial, houve um crescimento dos Estados Unidos, que mais tarde, entre os anos de 2001 e 2002, em uma desaceleração da economia. Com a redução dos juros no menor nível nos últimos 40 anos, inicia a recuperação e o crescimento do setor habitacional. Nos anos de 2004 a 2007, segundo Fraquelli, a economia cresce a taxa de 5% ao ano.
Crescimento econômico mundial
Neste período, o produto mundial tem um crescimento médio anual de 5,0 % ao ano, porém em 2008, a crise das subprimes, isto é, das hipotecas, provoca uma desaceleração mundial. O resultado é que em 2008 o produto global cresceu apenas 3,1%. No mesmo ano o desempenho de 0,8% das economias avançadas diminuiu em comparação a 2007, período que registrou 2,7%. As emergentes passaram de 8,3%, em 2007, para 6%, em 2008.
O Brasil foi um dos países que não teve uma queda significativa, em comparação aos demais países, no seu desempenho, pois passou de 5,7%, de 2007, para 5,1%, em 2008. Já a China teve, nos mesmos anos, 13% e 9%.
A recessão
Em 2009 o mundo entrou em recessão com a crise dos subprimes, conforme Fraquelli, “o mundo começou a andar para trás”. “Começa a faltar dinheiro na economia. Os americanos começam a implantar dinheiro na economia e começa a faltar dinheiro em outros lugares”, elucida o economista. Neste panorama, o produto mundial apresentou uma queda de 1,1%, a Zona Euro, 4,2% e o Brasil 0,7%. Os Estados Unidos estabelecem a “Aliança Sino-Americana” com a China. O governo norte-americano passa por um período de eleições, de lançamentos de estímulos fiscais, fragilidade do dólar. Do outro lado, a China, criando uma poupança, reservas internacionais e estímulos econômicos. Neste cenário, o Obama e os chineses estão no cenário internacional.
As previsões para 2010 e 2011
Para este ano, a expectativa é de que exista um crescimento da economia de 4,2% e 4,6% no mundo. No Brasil é esperado um aumento entre 5,5% e 7,1%, com estabilidade de 5,1%. No ano de 2011, a previsão mundial é de que o aumento esteja em 4,3%. Já para o Brasil aguardado um aumento entre 4,1% e 4,2%, com 4,6% de estagnação.
De acordo com Antônio Fraquelli, há 25 anos atrás o Brasil crescia economicamente, mas a partir da década de 80 alterou seu cenário econômico, sendo considerado este período, a “a década perdida”, e os anos 90, a “década desperdiçada”. Para o crescimento brasileiro, é preciso superar elementos como as taxas de inflação, juros, câmbio e déficit público.”
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