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’DAY AFTER.’ Vem aí um PSDB menos paulista e em busca de um discurso

É um problema e tanto. Primeiro para a própria oposição, que tende a sair bastante avariada, depois do pleito de 3 de outubro. Depois para o principal partido oposicionista, que continuará a ser o PSDB – mesmo que menor que hoje e, certamente, menos paulista.

A tese, que ainda precisa, obviamente, ser avalizada pelas urnas dentro de três semanas, floresce em meio a muita discussão. Afinal, a derrota provável de José Serra, mesmo com o ascenso de um tucano em São Paulo (Geraldo Alckmin, em tudo e por tudo muito diferente do candidato de hoje), deve tornar a vida complicada para a oposição, a partir de território bandeirante.

Já há muitas análises circulando acerca do “day after” eleitoral. Uma das mais lúcidas, penso, pode ser encontrada no artigo de Maria Inês Nassif, colaboradora habitual do jornal Valor Econômico (das Organizações Globo e da Folha de São Paulo). O texto foi reproduzido no sítio de Luis Nassif. Acompanhe:

Um partido de quadros que perdeu quadros

O avanço de Dilma Rousseff, a candidata do PT à Presidência, no reduto tucano paulista, é um dado muito delicado para o grupo de José Serra dentro do PSDB. O partido nacional não se sairá bem das eleições de outubro, mas o tucanato paulista estará em maus lençóis mesmo que ganhe as eleições para o governo do Estado. Em São Paulo, a candidata do PT já tem votos para suplantar seu adversário tucano. Isso significa que Dilma conseguiu furar o bloqueio de uma forte rejeição petista no Estado, que tem garantido eleições sucessivas de candidatos do PSDB ou apoiados pelos tucanos, no momento em que as lideranças nacionais do PSDB paulista declinam. Para o PT, este é um acontecimento.

Mário Covas, que foi o grande articulador da criação do partido e o único elemento agregador desse núcleo original do PSDB, faleceu em 2001. Fernando Henrique Cardoso foi eleito presidente duas vezes na onda do Plano Real e de uma ideia genérica de “Brasil moderno” trazido pela hegemonia liberal, do qual acabou se tornando o grande artífice no país, com a inestimável ajuda do eleitorado conservador paulista, dos votos conservadores da região Sul e dos grotões sob a influência do PFL no Nordeste e no Norte. Saiu do governo desgastado por sucessivas crises econômicas e não assumiu qualquer papel de liderança interna. Se as pesquisas se confirmarem, José Serra perderá, já no primeiro turno, para Dilma Rousseff.

O grupo serrista tinha forte influência sobre o partido nacional e assumiu as rédeas do PSDB estadual, até então sob a órbita de influência do herdeiro de Covas, Geraldo Alckmin, um político de prestígio regional, mas afeito à política tradicional de alianças com chefes políticos locais. A máquina tucana no Estado foi montada por Alckmin; o chefe da Casa Civil de Serra, Aloysio Nunes, trabalhou muito para cooptá-la. O fato, no entanto, é que Alckmin ainda tem mais votos no Estado do que Serra…”

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Um Comentário

  1. Política se faz ocupando espaços. Com todos os “senões” e “vírgulas”, certo é que o PT mantém-se competente na arte de fazer política. Entre os seus múltiplos esquerdismos, detém o mais importante: a hegemonia do poder. O PSDB até hoje não sabe sua posição. E ao que tudo indica, continuará sem saber. O PMDB, por sua vez, há tempos ocupa o centro e não sairá daí tão cedo (assim como o PV). Cabe agora, ao PSol dizer ao quê veio; ou se é que ainda vem(!). Lula ontem, hoje e há vinte e cinco anos na História do Brasil. Política se escreve assim: Luis Inácio!

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