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JORNAL ASFIXIADO. É mesmo uma vergonha. Qualquer pretexto vale para não opinar. Mesmo sendo do “clube”

Se você ainda não sabe dos detalhes, sugiro, antes de mais nada, a leitura da nota que publiquei há três semanas, titulada “JORNAL ASFIXIADO. Vergonha: o escândalo gaúcho que a mídia joga para baixo do tapete” (AQUI). Dito isto, vamos à novidade.

Não são apenas os veículos de comunicação tradicionais que preferem esquecer o assunto que envergonha profissionais. Mas uma casta de colegas que, a pretexto de “não tumultuar o processo eleitoral”, prefere simplesmente não tomar posição. E não opinam, embora muitos deles se digam “independentes” e façam parte de um tal “Clube de Opinião”.

Mais uma vez, e com pertinência, quem cuida do tema é Luiz Cláudio Cunha. Claro que na internet, mas com bastante leitura pelos que são do meio e se espraiando pela sociedade, inclusive a gaúcha, claro. Originalmente publicado no sítio especializado Observatório da Imprensa, o texto é reproduzido no jornal eletrônico Sul21. Confira, também, aqui:

Desculpa para calar a opinião

Eu não frequento clubes que me aceitem como sócio. (Groucho Marx, 1890-1977, comediante, EUA).

O respeitado Clube de Editores e Jornalistas de Opinião do Rio Grande do Sul, que reúne duas dezenas dos mais importantes colunistas e blogueiros do Estado, tomou uma grave decisão na semana passada. Por escassa maioria, numa reunião virtual feita pela internet, o Clube de Opinião decidiu “não opinar” sobre o inclemente processo que a família do ex-governador gaúcho Germano Rigotto move contra um pequeno jornal de Porto Alegre, o JÁ.

A ação judicial, que completa dez anos, está matando financeiramente o jornal de cinco mil exemplares editado há 25 anos pelo jornalista Elmar Bones, que em agosto passado teve suas contas pessoais bloqueadas pelos advogados dos Rigotto. A valente opção não opinativa do Clube de Opinião teve uma bela desculpa: “evitar qualquer conotação política-eleitoral” antes do pleito de 3 de outubro, já que Germano Rigotto é candidato ao Senado pelo PMDB gaúcho. Num sereno, mas contundente editorial publicado no domingo (19) no site do jornal e reproduzido neste OI, Elmar Bones respondeu, batendo no osso da questão:

“Pode ser uma maneira cômoda de contornar uma situação espinhosa, mas essa interpretação não encontra base nos fatos e contraria a lógica da democracia. O processo eleitoral, que exige verdade e cobra opinião do eleitor, não pode ser usado como pretexto para a omissão, o silêncio e a desinformação..”

“… Um dos mais ferozes membros do Clube de Opinião gaúcho é Políbio Braga, dono do blog mais influente e acessado do sul do país, com quase 100 mil assinantes. Militante estudantil de esquerda no início dos anos 1960 em Santa Catarina, foi diretor da Folha Catarinense, do Partido Comunista, onde era apenas simpatizante, não filiado. Chegou a ser presidente da União Brasileira de Estudantes Secundaristas (UBES), na época em que José Serra presidia a União Nacional dos Estudantes (UNE). Depois do golpe de 1964 foi preso pela ditadura uma dúzia de vezes e, na mais longa delas, cumpriu seis meses de pena no antigo presídio do Ahú, um bairro de Curitiba.

No comando de seu blog, hoje, Políbio é contundente, bem informado e impiedoso, principalmente com tudo que acontece no turbulento entorno da Casa Civil e da candidata petista à presidência da República. Quando Veja explodiu nas bancas no sábado (11/9), Políbio festejou: “Estoura escândalo maior do que o Mensalão no Governo Lula”, era a manchete do blog. Sobre o escândalo do irmão de Rigotto, matematicamente dez vezes maior do que o do filho de Erenice, quinze vezes mais estrondoso que a quadrilha dos 40 do mensalão chefiada por José Dirceu, Políbio não ousou escrever uma única linha, muito menos dar sua retumbante opinião…”

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4 Comentários

  1. Cade o sr. Saul? Não vai postar um comentário defendendo o jornal “Já”? Ah, acho que ele entende mesmo é de Venezuela, Hugo Chávez, já que tem um influente espanhol. De Rio Grande do Sul não se aventura a comentar nada.

  2. -Prezado Claudemir, você conta o santo, e não conta o milagre. -Por favor, pelo direito de stsfazer minha curiosidade e de outros tantos; conte-me o milagre das veias do coração. (NOTA DO SÍTIO – basta que o leitor siga o link sugerido na nota, e lerá a íntegra da reportagem)

  3. Barbaridade!! Neste momento é que dou valor ao voto , menos mal que temos o “GRANDE SENADOR SIMON” para nos defender e exigir providências , porque não sei o que fazer, é muito baraço.

  4. Ta certo que o texto é longo, Claudemir. Mas, pela importância dele, penso que deveria ser disponibilizado na íntegra aqui. É preciso desmascarar a tal “liberdade de imprensa”, que na realidade, é a “liberdade do patrão”. Jornalista, salvo quando briga e muitas vezes é demitido, jamais alcança liberdade para trabalhar livremente. É apenas um empregado da empresa. Quero ver certos leitores do teu site se revoltarem e fazerem comentários brilhantes, não apenas em favor da grande mídia, mas do jornal “Já”, do Elmar Bones. Mas defender o “Já” não dá ibope. Entao, certos demagogos tem que defender é a grande imprensa, aquela que aplaudiu em editoriais o golpe de 64 e o fato do presidente Jango ter sido “golpeado”. Pena que haja tanta ignorância em relação a nossa história.

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