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GUERRA DO RIO. Dúvida do Promotor Adede y Castro: qual o destino dos bandidos expulsos das favelas?

Prá onde vão os bandidos expulsos das favelas

POR João Marcos Adede y Castro, Promotor de Justiça e Escritor

Ninguém pode duvidar da importância e da necessidade das medidas tomadas pelas autoridades policiais do Rio de Janeiro no sentido de expulsar das favelas os traficantes, devolvendo o território à comunidade que, em sua imensa maioria, é formada por homens e mulheres honestas, trabalhadoras e que só querem paz para criar seus filhos.

Mas, sem sombra de dúvidas, também, não serão medidas policiais isoladas, divorciadas de outras no sentido de reconstruir aquela sociedade com base na ética, na honestidade, nas possibilidades de crescimento econômico com base no trabalho, que resolverão o problema.

Não podemos aceitar que o Estado, depois de décadas de abandono, satisfaça-se apenas em punir e reprimir. Tem de assumir a sua responsabilidade no sentido de criar empregos, aumentar as condições de saúde, aplicar recursos maciços em educação, fazendo com que as pessoas acreditem ter futuro fora do crime.

As centenas de criminosos que hoje correm da polícia, para onde vão?
Alguns, espera-se, arrependem-se de suas vidas tortas e decidem voltar para casa, para junto da família, abandonada e lançada, com eles, no mundo do crime.
Mas, infelizmente, a grande maioria vai simplesmente fugir para outras áreas onde a polícia não esteja, colocando em risco outras comunidades, desprezadas para este tipo de vida.

Fica a desagradável sensação, espero que falsa, de que as autoridades só resolveram agir em função da Copa 2014 e Olimpíadas 2016. Mas, só no Rio? A Copa não vai acontecer também no RS e outros Estados? Que tipo de proteção receberemos, pois os bandidos que fogem do RJ chegarão aqui e em outros Estados?

Será que estamos vivendo outros tempos, ou tudo não passa de jogo de cena com data de validade?

Esperemos que não.

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2 Comentários

  1. Boa tarde. Perfeita as colocações do Sr. Promotor, as preocupações são pertinentes. Quando vi na TV um dos comandantes da mega operação dando um ultimato aos traficantes para se entregarem, achei uma gracinha, e disse aos meus filhos que estavam jubilosos com ação policial, que nem 5% se entregaria, achei ridiculo a tal solitação. Não deu outra coisa, essa gente é como rato, conhecem as rotas de fugas até no escuro. Também gostei da ação policial, mas para o meu gosto é muito carnavalesca, coisa para Ingles ver. Outra situação quase hilária foi mostrarem a casa de um dos chefões da droga como fosse algo estupendo, porquê o piso era com lajotas igual a umas das ruas do RJ, e porque lá haviam pequenas piscinas, me poupem disso. Poder e riqueza havia com o Abadia, até rimou, aquilo que era ostentar os mal havidos. Oque precisa é pegar os Capos da droga, os chefões, precisa também guarnecer as nossas fronteiras. Precisamos combater o tráfico de drogras e de armas, sem isso feito, ficaremos os restos das nossas vidas assistindo essas cenas de horror nas grandes cidades.

  2. A polícia que os figitivos encontrem facções rivais e que entre eles se “acertem”.
    Acertar no sentido de oposição, porèm correm o risco deles se acertarem, de haver solidaridade entre eles e o que era ruim pode ficar pior.
    As forças de ordem se uniram e conquistaram um complexo, pode haver organização das frentes do trafico e haver a “volta”, em outro ponto, do RJ ou mesmo do país.
    Notei muita apreensão de drogas e armas, ainda não vi os dados quanto ao dinheiro do narcotráfico, boladas de notas de 5, 10, 20 ou 50 reais, acumuladas na sexta e sábado pré invasão. Onde estão os pacotes de dinheiro? Traficantes conseguiram levar tudo? É a pergunta que fica.

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