Pão e Circo – por Máucio
Semana passada escrevi um texto chamado Paul em PoA que causou uma série de comentários. O foco da minha análise nem foi sobre a qualidade musical do ex-Beatles, quis apenas chamar a atenção de pontos como a sua capacidade de marketing, sobre a durabilidade do sucesso do Grupo, ainda que replicante, e também sobre o espetáculo sob o ponto de vista comercial, algo que as pessoas em geral nem se dão conta.
O fato é que boa parte dos comentários recebidos declarava que o show tinha valido a pena e que não se importavam com o dinheiro que haviam gasto. Alguns, inclusive, revelaram que fizeram muita economia e que gastaram boa percentagem de seu salário para ver o astro. Isso, no mundo dos negócios é conhecido como custo/ benefício. Só que, nesse caso, o custo é monetário e o benefício é simbólico, o que torna difícil uma avaliação mais precisa.
No decorrer da semana, outro acontecimento me chamou a atenção; a renovação do contrato do técnico do meu time, Renato Portaluppi. Por um lado eu e quase toda a torcida tricolor ficamos felizes. No entanto, quando pensei no valor que o treinador irá embolsar por mês, fui calcular quanto tempo eu precisaria para colocar 400 mil na minha conta.
Como e por que será que algumas pessoas ligadas ao futebol ganham tanto dinheiro? Por que o ingresso do Paul foi tão caro? O que esses dois episódios têm em comum?
Lembrei da velha máxima, o povo precisa de pão e circo. Até aí tudo bem, mas eu queria saber por que o circo anda tão caro? Se formos comprar um CD na loja, podemos pagar até mais do que 30 reais. Um jogo qualquer da dupla Grenal sai em torno de 30 ou 40 reais, e dura apenas 90 minutos.
Acho que o mundo dos negócios descobriu que o universo emocional é muito rentável. As pessoas reclamam do preço do tomate, da maçã, do dentista, mas pagam até o que não podem quando se trata de algo pelo que são fanáticos. Isso inclui as diversões e os produtos culturais midiáticos – bens intangíveis. Tão ou mais necessários que o arroz com feijão.
Isso foi sempre assim ou é um fenômeno contemporâneo?
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