Crônica

UM CARA OTIMISTA. Adede y Castro, o pós-eleição e a graça concedida ao Zé Mané

Zé Mané acredita, como sempre!

POR João Marcos Adede y Castro, Promotor de Justiça e Escritor

Acho que já apresentei aos meus cinco leitores (há uma margem de erro na pesquisa de dois pontos, para mais ou para menos), o meu amigo Zé Mané. Ele é uma excelente pessoa, bom pai de família, vizinho colaborativo e cidadão pagador de seus tributos, inclusive daqueles que ele não reconhece dever. Acredita em tudo que lhe contam, pois não pode admitir que em uma sociedade civilizada como a nossa, alguém possa mentir e enganar. Por isto, passado as eleições, ele acredita que os vencedores e os vencidos continuarão com sua saga de perseguidores de corruptos, desta gente que trafica influência e dilapida o patrimônio público.

Zé Mané acredita que os vencedores, logo que assumirem seus cargos, determinarão a imediata instauração de investigações, “doa a quem doer”, para esclarecer as denúncias de fraudes, roubalheira, enganação, desprezo pelo interesse público e risinhos disfarçados de pena de todos nós, mesmo que isto inclua seus parceiros e apaniguados. Inclusive os perdedores não esquecerão as acusações graves que fizeram durante a campanha, mesmo que recebam generosas fatias de poder, mediante cargos e altos salários.

Afinal, todos, vencedores e vencidos, colaboraram enormemente para que a população, enganada durante os últimos anos, fosse esclarecida, informada, preparada para escolher os melhores e repudiar os piores, punir os corruptos e corruptores e salvar a Pátria Mãe tão distraída, que, segundo Chico Buarque, “dormia, sem perceber que era subtraída, em tenebrosas transações”!

Aos que riem dele, Zé Mané apresenta um argumento irrefutável: de que os vencedores e vencidos tem compromissos com o Povo, a quem terão de recorrer novamente daqui a quatro anos. Claro que ele não ouviu falar que um dia o bruxo da Revolução de 1964, Golberi de Couto e Silva disse, filosoficamente canalha, que “a notícia de hoje é o lixo de amanhã”.

Um dia, talvez nunca, todos dirão que Zé Mané tinha razão. Enquanto isto, vamos conceder-lhe a graça.

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9 Comentários

  1. Alarico, é exatamente por acreditar que existem pessoas boas, em todas as áreas, inclusive da política, que eu fico espantado que eles se acusem tanto durante as campanhas e depois esqueçam tudo! Ou tudo era verdade, e tem de ser investigado, ou tudo era mentira, e quem mentiu deve ser punido. Obrigado pelas palavras de incentivo.
    Abraços

  2. Paulo, podes me criticar sim, mas não podes me chamar de Robin Hood as avessas pois, pelo que sei, Robin Hood “roubava” dos ricos para dar aos pobres. Assim, segundo teu raciocínio, eu roubo dos pobres para dar aos ricos. Se tens prova de que sou um ladrão, te aconselho a representar contra mim na Corregedoria ou pedir desculpas. Primeiro, que tal se eu soubesse todo o teu nome, para que eu pudesse te responsabilizar? Eu não me escondo atrás de um nome sem sobrenome! Quanto aos meus livros, não faço questão que os leia, acho até que nunca lestes nenhum, de forma que não tens condições de criticar. Por fim, não me chame de “meritíssimo”, pois não tenho tantos méritos assim, ao contrário de ti que sabe tudo, tudo vê, e tudo punes, inclusive com tuas manifestações de intolerância ao debate.
    Apesar de tudo, obrigado por leres as bobagens que eu escrevo e que não dizem nada. Se não dissessem nada,não teria despertado tanta discussão.

  3. Quem disse que havia muita roubalheira não foi eu, mas os candidatos, um em relação ao outro. Assim, me parece justo que se exija que, passado as eleições, isto seja investigado. Abraços

  4. Puro “tro-lo-ló”, como diria Serra. Este senhor adora pousar de Dom Quixote, mas, no fundo, é um Robin Hood às avessas. Aos pequenos (agricultores, principalmente), os rigores da lei, a inflexibilidade dos vaticínios, a arrogância de quem não sabe que do couro sai a correia. Aos poderosos, que dilapidam nosso erário, que compram votos, que erosionam o patrimônio natural à luz do dia, todos os prazos, recursos e protelações. Se engana quem quiser. E dê-lhe livros que não dizem nada!
    (Posso criticar o meritíssimo ou não?)

  5. Em minha opinião, nem oito, nem oitenta. Não se discute o fato de que existe muita corrupção em nosso país, mas penso que não podemos generalizar, sob pena de colocar todos no mesmo saco.
    Existem políticos com valores morais e éticos, sim, embora constituam a minoria.
    A sociedade evolui e as instituições também.
    Devemos valorizar aquilo que temos de bom, sem deixar de apontar para o lado podre, que também permeia toda a sociedade, todos os poderes, todas as áreas e não apenas a política.
    E o doutor Adede, a quem admiro, sabe muito bem disso, já que também combate os picaretas.
    Sugiro que se torne colunista de um dos jornais locais. Teria muita contribuição a dar e, eu, muito prazer em ler seus artigos.

  6. Mais do que escritor bissexto, o promotor Adede y Castro é um dos pilares da defesa do interesse público em Santa Maria.
    Nas vezes em que ouvi ser criticado (e ele sabe, pois suas orelhas devem passar quentes o dia todo… rs…), seus críticos quase sempre eram seu avesso em caráter, postura e espírito público.
    Mais “Adedes” existissem, melhor seria nossa cidade, Estado e país.
    Abraço

  7. Baixinho também é, com todo o respeito. Zé Mané é como eu me sinto por acreditar que podemos mudar. Assim, não se sinta ofendido, pois a ofensa é dirigida a mim mesmo. Abraços

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