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Ceia de Natal – por Máucio

Uma amiga me disse dia desses que odiava panetone e sempre nessa época fica sem saber o que fazer com os pães que sua família recebe todos os anos. Houve uma ocasião em que chegaram a ganhar oito de presente, oriundos de amigos, da empresa, dos parentes. O mais esquisito é que ninguém em casa apreciava a iguaria.

Fiquei pensando que essa moda de panetones não é muito antiga por essas bandas, sua popularização tem ocorrido de uns anos para cá. Na verdade, os fabricantes estão conseguindo criar esse hábito. Atualmente, tem uma infinidade de marcas, só que todas são a mesma coisa. Panetone industrializado é uma cuca metida à besta: redonda, fabricada muitas semanas antes e colocada dentro de uma embalagem mais chique.

Desconfio que as pessoas acabem comprando automaticamente, por impulso e muitas vezes sequer gostam de comê-los. Por isso, sugiro: reflitam bem antes de presentear.

Outra invenção natalina, mais antiga por aqui, é o tal do chester pronto, temperado. Normalmente, resulta num prato sem graça, pois além do tempero padrão de sabor monótono, possui uma carne seca, insossa. O chester é uma versão raitéqui e piorada da velha galinha assada.  

Em alguns casos, é possível imaginar a ceia de natal composta pelo seguinte cardápio, uma ave dessas que vem pronta, rodeada por uma farofa qualquer. Logo ali ao lado, para completar, um exemplar dos famigerados panetones de grife.  Pode haver menu mais engasgante? Depois não entendem por que as pessoas se entopem de cerveja e refrigerante.

Não sei não, mas eu não troco esses manjares industrializados, cuja única vantagem é a praticidade, por uma boa cuca da Quarta Colônia – recheada com uvas frescas – e uma bela galinha crioula caseiramente temperada com muita cebola, alho, pimenta, sálvia e alecrim. Podem me chamar de retrógrado, mas chester e panetones de mercado, nem pensar!

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Um Comentário

  1. Pois é Máucio. Estes dias me peguei pensando sobre isso. Na verdade, não sobre o panetone, mas sobre o resto todo. De onde vem a tradição do Peru de natal? O Papai Noel? do Pinheiro? das Renas, Etc… Tudo isso é (foi) invenção comercial! O problema é que determinado momento todo mundo reproduziu, como se fosse “tradição”! Nas palavras de José Saramago, no livro CAIM, “o caminho o engano nasce estreito, mas sempre encontrará quem esteja disposto a alargá-lo, digamos que o engano, repetindo a voz popular, é como o comer e o coçar, a questão é começar.”!

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