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SECRETARIADO. Mudança no PAC é, na prática, tentativa de salvar o programa em SM

Reconheço: não lembro mais o montante de recursos alocados pelo Plano de Aceleração do Crescimento em sua primeira fase (PAC 1) para Santa Maria, e obtidos na administração de Valdeci Oliveira. Mas sei que foi algo parecido com R$ R$ 140 milhões. Por aí. Uma montanha de dinheiro, de todo modo. Capaz de revolucionar a urbe – com dinheiro em profusão para, sobretudo, encaminhar soluções definitivas para o Cadena e garantir moradia para milhares de santa-marienses – entre outras possibilidades.

Mas uma coisa é visível, goste-se ou não: o PAC 1 só andou no governo passado. Neste, embora o dinheiro disponível, pouco ou nada se fez. Alegava-se, inicialmente, que os projetos anteriores tinham sido malfeitos. E precisavam ser adequados, para que pudessem seguir adiante. Admita-se como verdadeira a explicação. O prefeito Cezar Schirmer acreditou. Mais, usou esse discurso inúmeras vezes, a partir do que falavam seus assessores para a área. Especialmente no primeiro ano de governo, em que tudo era culpa da gestão passada – que, não é demais lembrar, nunca teve méritos, nas palavras dos gestores atuais.

Só que, de repente, as obras começaram a paralisar, paralisar, paralisar. Não uma ou outra, mas várias. Começadas e nunca terminadas. Embora os recursos à disposição. E, é fácil imaginar (embora ninguém imagine uma confissão pública disso, que afinal gestor algum é capaz disso, não importa sua coloração político-ideológica) que, de repente, a coisa começou a bater na cabeça do comandante.

Afinal, se os projetos eram “malfeitos” – e essa história do PAC Social, uma obrigatoriedade para a liberação dos recursos, simplesmente foi ignorada nos primeiros meses, antes que alguém a levasse a sério – não era razoável supor que, afinal de contas, ao ser refeitos, ficassem “benfeitos”, se já passaram 23 meses desde o começo do governo? Pois é. De repente, se percebeu que havia, digamos, uma boa dose de incompetência. Ou, para ser mais brando, leniência, dos que deveriam conduzir o processo. Em última análise, estourava tudo no colo do prefeito. A coisa estava mal-parada, para dizer o mínimo. O prejuízo para a comunidade, em última instância, e para o governo, politicamente, começou a ficar insuportável.

A gota d-água, não há dúvida, foi o fato de Santa Maria ter perdido, por projetos malfeitos ou, no mínimo, inconsistentes, R$ 65 milhões – como este sítio INFORMOU em primeira mão no dia 19 de novembro passado – de troco a ser obtido via PAC 2. Foi, provavelmente, neste momento (é dedução do repórter, não informação) que a ficha caiu em sobre a mesa de Cezar Schirmer. Só aí, embora a inconformidade evidente que já se percebia no prefeito, em relação ao trabalho de seus auxiliares na área, é que o comandante percebeu que a boca do monte poderia estar à mercê da incompetência. E a história seria implacável na cobrança.

Que fazer? Manter como está ou tentar salvar o PAC e, por tabela, até mesmo sua administração. Optou, corretamente, pela segunda hipótese. Mandou pra casa o secretário que havia nomeado antes mesmo da posse (e que fizera parte da equipe de transição) e assumiu ele próprio o programa, montando uma coordenação social e outra técnica. Sim, o PAC é muito importante para não ter sobre si diretamente os olhos do próprio prefeito. Curiosamente, repetiu Schirmer o que fizera seu antecessor. Sim, Valdeci Oliveira. Que não tinha secretaria do PAC, mas coordenação. O chefe era ele. Como, é o que se vê agora, Schirmer buscará ser, também. É o jeito único, à esta altura, de tentar impedir a débâcle.

Goste-se ou não, é isso. Aceita-se, e se espera, refutações. É do jogo. Mas é o que observa e entende este sítio, ao mesmo tempo em que saúda a decisão do prefeito. Em benefício da comunidade, que não pode prescindir do que já obteve com Valdeci – já que a atual gestão abriu mão de R$ 65 milhões.

EM TEMPO: tomara que, com as providências a ser tomadas pelo prefeito, seja possível buscar, na “repescagem”, ao menos parte dos recursos perdidos do PAC 2. Tomara.

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2 Comentários

  1. @Jose Delcatti
    Somente uma observação: No meu modo de ver a responsabilidade do Prefeito não varia.Ele é sempre o responsável pelas ações (ou falta delas) da administração.Não tem essa de jogar a responsabilidade nas costas do secretário.

  2. Shirmer terá que se cuidadr agora porque se não funcionar denovo a pedra vai cair em cima da cabeça dele.
    Enquando isso santa maria perde milhões por conta das experencias de um prefeito que “não dá conta”(Jose Serra) falando na linguagem que Schirmer entende.

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