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Renovação. Razões as mais diversas tiram do Congresso algumas de suas ilustres figuras

É mesmo extraordinário o poder do eleitor. A ele, aparentemente, pouco importa se um parlamentar é sucesso de crítica. Outros critérios norteiam a sua decisão, com certeza. É isso. Do contrário, não deixariam de fora do Congresso Nacional algumas de suas mais ilustres figuras.

Veja por exemplo a lista habitualmente feita pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP), indicando os mais influentes parlamentares. Por motivos os mais diversos, nada menos que 32, dos 100 arrolados, não retornarão a Brasília em 2007. Pelo menos não como deputado ou senador, conforme o caso.

E aí não há preferência partidária. Os desalojados são de todas as colorações. A maioria simplesmente expulso pelo eleitor. Uns, muito poucos, porque sequer concorreram. Por não ter chances ou aposentadoria – caso específico do conservadoríssimo (para dizer o mínimo) presidente do PFL, o senador catarinense Jorge Bornhausen.

Há também, é bom registrar, os que decidiram optar por outros rumos políticos e se deram bem. São os casos de três governadores pelo menos: José Roberto Arruda (o da fraude do painel eletrônico, lembra?), do PFL, que vai governar o Distrito Federal; Yeda Crusius, do PSDB, futura titular do Palácio Piratini, em Porto Alegre; e Eduardo Campos, do PSB, o novo governador pernambucano.

Agora, os casos mais notórios são mesmo daqueles notáveis que, simplesmente, foram reprovados pelo eleitor, que não os reconduziram ao posto, ou não aceitaram a postulação nova do parlamentar. Nesse último caso está, para exemplificar, o gaúcho do PDT, Alceu Collares, que quis, mas não deixaram, governar outra vez o Rio Grande do Sul.

Ou, Heloísa Helena, que voltará a dar aulas em Alagoas depois de, como senadora, ter tentado (sem sucesso) um pulo mais elevado: ser Presidente da República pelo recém-nascido PSol.

A lista, como afirmei, tem 32 nomes. Quer saber mais sobre a situação desse povo todo? Leia reportagem especial de Edson Sardinha (com a colaboração de Renaro Cardozo), publicada no site especializado nas coisas de Brasília, o Congresso em Foco. A seguir:

”Acabou-se o que era doce
Dos 100 parlamentares mais influentes, 32 não voltarão ao Congresso em 2007. Desses 25 perderam as eleições

O corre-corre na Câmara e no Senado será apenas uma doce lembrança para um terço do seleto grupo de parlamentares que integram a atual lista dos mais poderosos do Legislativo brasileiro. Um em cada três dos 100 congressistas mais influentes, segundo a avaliação do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), não voltará ao Congresso em 2007.

Entre os congressistas relacionados no último levantamento do Diap, 32 não exercerão mais o mandato no ano que vem. Desses, 25 voltam pra casa após terem sido derrotados nas urnas: além da senadora Heloísa Helena (Psol-AL), terceira colocada na corrida presidencial, 16 não conseguiram se reeleger, quatro tentaram sem sucesso trocar a Câmara pelo Senado e outros quatro fracassaram na disputa ao governo estadual.

Novos caminhos

Para cinco congressistas, no entanto, o afastamento do Congresso está longe de ser motivo de lamentação. Pelo contrário, é resultado de conquista nas eleições estaduais. Os deputados José Roberto Arruda (PFL-DF), Yeda Crusius (PSDB-RS) e Eduardo Campos (PSB-PE) vão trocar o gabinete em Brasília pelo de governador. O mesmo caminho será seguido pelo ex-líder do PSDB na Câmara Alberto Goldman (SP) e o senador Paulo Octavio (PFL-DF), eleitos vice-governadores. Ao senador Jorge Bornhausen (PFL-SC), único entre os 100 mais influentes em fim de mandato que não concorreu nas últimas eleições, caberá a tarefa de fazer do filho Paulo Bornhausen (PFL-SC), deputado recém-eleito, o seu principal herdeiro político. Suplente do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), o deputado Roberto Freire (PPS-PE) só voltará a ocupar uma cadeira no Senado se o titular se licenciar ou renunciar ao cargo.

Comando conservador

Para o diretor do Diap Antonio Augusto Queiroz, responsável pela publicação “Os Cabeças do Congresso”, mais que um apelo por mudanças, o elevado índice de renovação no mapa do poder da Câmara e do Senado é motivo de preocupação.

“Nesta eleição houve um crescimento dos partidos de esquerda, centro-esquerda e centro. Mas, dentro desses partidos, a renovação foi mais à direita. À luz do perfil socioeconômico, o novo Congresso tende a ser mais conservador nas políticas sociais e mais liberal na área econômica”, observa.

O fracasso eleitoral de parlamentares influentes em determinados setores acarretará perdas significativas para o trabalhador, na avaliação de Antonio Augusto. Ele cita, como exemplo, os deputados Sérgio Miranda (PDT-MG) e Carlos Mota (PSB-MG), dois dos principais especialistas em previdência e orçamento no Congresso.

Apesar de terem conquistado em outubro mais votos que na eleição de 2002, eles não conseguiram renovar o mandato por causa do chamado coeficiente partidário (fator que define o número de vagas que cabe a cada partido por estado).

Estética ou opinião?

Prestes a esvaziar o gabinete após 16 anos consecutivos na Câmara, Sérgio Miranda atribui o insucesso nas urnas à distorção promovida pelas campanhas eleitorais. “Campanha é estética; e não, ética. Achei que só debater minhas propostas parlamentares seria suficiente, mas essa campanha foi marcada pelo ‘eu fiz’: ‘o Lula fez um Brasil melhor’, ‘o Alckmin fez uma São Paulo melhor’. Esse tipo de campanha esvaziou os debates”, considera o pedetista.

Para o diretor do Diap, a crítica do deputado é procedente. Na avaliação dele, mudanças na legislação eleitoral, como a proibição da propaganda em outdoors, prejudicaram principalmente os chamados candidatos de opinião, aqueles pouco afeitos ao corpo-a-corpo nas ruas.

“Muitos parlamentares de opinião perderam as eleições para candidatos de perfil clientelista porque não dispunham de recursos, financeiros ou não, para se fazerem ouvidos”, considera Antonio Augusto…”


SE DESEJAR ler a íntegra do artigo, pode fazê-lo acessando a página do “Congresso em Foco”, no endereço http://www.congressoemfoco.com.br/Noticia.aspx?id=11650.

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