É coisa de brasileiro? Provavelmente, sim. Mas não apenas, é preciso considerar. Afinal, deve ser coisa do ser humano. O sujeito morre e seus defeitos, como por encanto, também desaparece. Alguns, porém, não esquecem – este repórter, inclusive, embora reconheça ser uma exceção.
O pior, mesmo, acontece quando se trata de uma figura pública, e portanto esmiuçada o suficiente para se conhecerem virtudes e problemas. Caso da hora: Orestes Quércia, ex-governador paulista, morto no final do ano.
O jornalista Josias de Souza, da Folha de São Paulo, contou um pouco do que viu na missa de sétimo dia do político. Um trechinho: “por sorte, a morte é democrática. Ela se distribui igualitariamente. Cedo ou tarde o pó une todo mundo na santidade dos túmulos”. Creia, vale a pena ler mais. A seguir:
“Sobre a missa de Quércia e ‘canonização dos mortos’
O brasileiro nasce e cresce sob a pele de homem. Mas fenece como santo. Entre nós, a morte é de uma eficácia promocional hedionda. A morte lava biografias. Os cemitérios do país são hortas de virtudes.
O morto com defeitos é uma utopia. Tome-se o exemplo de Orestes Quércia. Celebrou-se em São Paulo uma missa em memória do ex-governador paulista. Deu-se nesta quarta (5), na Catedral da Sé. A lista de políticos que foram cultuar o morto impressiona pela diversidade.
Lá estavam José Serra e Geraldo Alckmin, do PSDB – partido nascido de dissidência que largou o PMDB por suposta aversão aos métodos de Quércia. Lá estava Michel Temer, com quem Quércia travou nos últimos anos de sua existência renhida disputa pelo controle do PMDB-SP. Lá estava…”
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Lava almas santamariense, a beatificaçao “post mortem”, acontece aqui.
O melhor é o rival em vida, elogiando o falecido.
É verdade Claudemir. Lavará as nossas almas, num futuro próximo.