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Que o discurso vire prática – por Gilson Piber

No discurso de posse, no Congresso Nacional, em Brasília, no primeiro dia de 2011, a presidenta Dilma Rousseff falou em erradicar a miséria e lutar para qualificar a educação, a saúde e a segurança no Brasil. Porém, a mim, me agradou o enfoque dado à temática educacional.

Disse a presidenta em alto e bom som: “Nas últimas duas décadas, o Brasil universalizou o ensino fundamental. Porém, é preciso melhorar sua qualidade e aumentar as vagas no ensino infantil e no ensino médio. Para isso, vamos ajudar decididamente os municípios a ampliar a oferta de creches e de pré-escolas.” Dilma Rousseff sabe que os pais, principalmente as mães, precisam trabalhar para assegurar o sustento da família. E, para quem sai de casa para o trabalho, vem a preocupação de como os filhos pequenos vão ficar. Creches e pré-escolas públicas de qualidade são locais vitais para o acompanhamento das crianças. Foram dados sinais que parcerias serão feitas com os municípios para ampliar o atendimento aos filhos dos trabalhadores.

Mais adiante no discurso, Dilma Rousseff destacou: “No ensino médio, além do aumento do investimento público, vamos estender a vitoriosa experiência do PROUNI para o ensino médio profissionalizante, acelerando a oferta de milhares de vagas para que nossos jovens recebam uma formação educacional e profissional de qualidade.” Mais uma luz no fim do túnel. Ascender ao ensino superior é importante para qualquer pessoa, mas tão ou mais significativo é dar uma qualificação técnica aos jovens brasileiros. Não é à toa que o ensino profissionalizante avançou na era Lula e tende a avançar, ainda mais, com Dilma na presidência. Ela tem a sensibilidade da mulher, da mãe e, agora, da avó. É preciso, sim, acelerar o mecanismo.

Não escondo, porém, que a parte que mais me chamou a atenção no discurso de Dilma Rousseff foi quando falou nos professores e suas dificuldades: “Mas só existirá ensino de qualidade se o professor e a professora forem tratados como as verdadeiras autoridades da educação, com formação continuada, remuneração adequada e sólido compromisso com a educação das crianças e jovens. Somente com avanço na qualidade de ensino poderemos formar jovens preparados, de fato, para nos conduzir à sociedade da tecnologia e do conhecimento.”

Está mais do que na hora de o professor ser valorizado neste país, e Dilma Rousseff sabe disso. Professor merece, sim, ser tratado como autoridade, mas de direito e de fato, com formação continuada e remuneração digna. Chega da balela de o magistério ser visto como um sacerdócio, como dizem alguns por aí. É preciso estancar a reduzida procura pelas licenciaturas nos cursos do ensino superior. Poucos querem ser professores, já que ganham mal, são maltratados por alunos e até pais, não dispõem de condições satisfatórias para ensinar e não podem avançar na qualificação profissional. E ainda querem compromisso dos docentes, mas de que forma? Sejamos honestos e, ao que parece, Dilma Rousseff reconhece a dívida governamental com os professores. Espero, sinceramente, que o discurso proferido pela nova presidenta em defesa da educação ganhe dimensões concretas e reais.

O reitor-fundador da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), José Mariano da Rocha Filho, já dizia anos atrás que “a educação é o único caminho para o desenvolvimento”. Que a presidenta Dilma honre a palavra empenhada. Os “queridos brasileiros e queridas brasileiras” vão agradecer, bem como seus filhos e netos.

Gilson Piber – [email protected]

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