A influência de José Serra nos destinos nacionais é nula. E no seu partido, o PSDB também. Sua fala não ecoa além do Twitter – o portal dos microblogues. Isso quando ele está bem-humorado, o que não é assim tãããão normal.
O diabo é que ele pensa que ainda tem poder. Tornará a queda (quando se der conta da realidade) ainda pior. Mas é o que está acontecendo. Quem vai assumir o comando – aliás, já está, na prática, tocando o barco e pensando longe é outro, como o leitor deste (nem sempre) humilde sítio está careca de saber.
Ah, quem trata do assunto, entre outros, é a revista Carta Capital. Que, inclusive, dá conta da analogia com Mubarak, o destronado ditador egípcio. E informa quem a fez, que por sinal é tucano. A reportagem é de Leandro Fortes e Sérgio Lírio. Acompanhe:
“O dono do ninho
A posse dos novos deputados federais e senadores, em 1º de fevereiro, marcou também o fim das férias da oposição. Iludiu-se, porém, quem esperava a apresentação de uma agenda de contraposição ao governo Dilma Roussef. Em vez disso, a plateia assistiu a um bate-boca entre os grupos que disputam a hegemonia no PSDB e em seu satélite, o DEM. Alguns lances poderiam ser confundidos com brigas familiares no subúrbio, o que levou um gaiato e experiente senador a sugerir a CartaCapital que, por trás das cenas explícitas de descortesia, talvez esteja uma estratégia das legendas de se aproximar das massas.
Rodrigo Maia, presidente do DEM, chegou a comparar a situação atual de José Serra, derrotado nas eleições presidenciais do ano passado, à do ditador egípcio Hosni Mubarak: “O projeto presidencial de 2010 tem de entender que já passou e está como o governo do Egito: caiu e só falta desocupar o espaço”. Senador eleito por São Paulo e um dos poucos serristas que têm coragem de se expor, Aloysio Nunes Ferreira atacou a coleta de assinaturas de apoio à manutenção de Sérgio Guerra no comando do PSDB, cargo cobiçado por Serra: “É um método odioso para qualquer tipo de indicação partidária, ainda mais para o presidente nacional do partido”. Nunes Ferreira ainda desdenhou de Aécio ao dizer que sua candidatura à Presidência da República não era “natural” e que havia outros nomes…”
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Pelo rumo que as coisas andam tomando, acredito na fusão do PSDB, DEM e mais alguns outros com o PT.
O Mubarak teve uma leitura de cenários mais ajustada que o Serra. Ele, o Serra, luta contra uma decisão que o seu partido, mesmo que veladamente, já tomou. Serra não será protagonista no PSDB. Ou contenta-se com uma posição decorativa, que lhe garanta alguma visibilidade, ou será definitivamente sepultado politicamente.
Quem assistiu ao ultimo programa político do PSDB, onde não foi dada voz ao ex-candidato à Presidente do partido, pode ter esta compreensão. Mas o esperneio é livre.