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O drama dos jovens desempregados – por Carlos Costabeber

Volto ao tema, pois é uma tortura conversar diariamente com jovens em busca de emprego.

Claro que não falo com todos que os vêm até a Superauto, mas é conversando com esses jovens que “pinço” talentos para a empresa. E esse é um dos meus segredos, para encontrar e contratar gente com o perfil que desejo.

Mas o que me entristece é ver o apelo de pais (muitos são amigos e/ou clientes), tentando ajudar os filhos a encontrarem uma vaga de emprego.

Claro que não é culpa desses pais; pelo contrário !

Mas não houve a orientação devida quando esses jovens ainda estavam na escola.

Agora estão todos pagando o preço por uma cultura elitista que predomina na sociedade brasileira, onde existe uma excessiva valorização do “diploma”. Nós, pais, fazemos todos os sacrificios do mundo, para ter um “filho formado”.

E aí, sim, estaria terminada nossa missão.

TUDO MUDOU !!!!!!!!!!!

E volto ao exemplo de um garoto que me foi trazido pelo pai, ainda no dia de ontem.

Pergunto: o que estás estudando ?

Resposta: estou estudando informática no cursinho “x”.

Pergunto: alguma experiência, algum conhecimento específico, algum dom natural ?

Resposta: nenhuma, nenhum, não sei !!!

Depois de ver a baixissima possibilidade de aproveitamento, deixo de ser empresário e passo ao papel de pai: mostro o que está acontecendo com o novo mercado de trabalho, o que as empresas querem, aonde estão as verdadeiras oportunidades de trabalho e de realização profissional.

Então, é isso: a gurizada ainda sonha com empregos em escritórios climatizados, trabalhando de terno e gravata e ganhando prestigio e um bom dinheiro.

Enquanto isso, o mercado procura desesperadamente gente com cursos profissionalizantes de qualidade, ou com boa experiência. Hoje existem mais vagas do que oferta, em praticamente todos os setores da economia: de pedreiros a soldadores; de encanadores a mecânicos; de eletrecistas a pintores; de vendedores a operadores de máquinas; de técnicos na instalação e conserto de equipamentos a gerentes capacitados, etc, etc, etc.

Então, vivemos ainda o dilema dessa transição, onde os jovens só aprenderam teorias nas salas de aula, enquanto deveriam ter cursado bons cursos profissionalizantes. Onde só estudaram (e se divertiram), enquanto deveriam ter estagiado e praticado numa profissão.

Pena que essa transição ainda vai demorar um bom tempo, pois é uma mudança cultural e estrutural gigantesca. E o Brasil está pagando muito caro por ter seguido uma política tão obtusa e atrasada com relação ao ensino de 1° e 2° graus.

Escrevo essas linhas com muito pesar, pois sofro em conversar com pais e filhos “perdidos” e sem alternativas concretas de um futuro melhor.

Mas, agora, pelo menos a Presidente Dilma determinou uma prioridade absoluta no ensino profissionalizante.

Antes tarde do que nunca !

De minha parte, procuro me envolver no assunto, orientando, palestrando, ensinando, formando bons profissionais. Depois que me aposentei na UFSM, escolhi como missão de vida ajudar os jovens, com todas as armas que estiverem ao meu alcance.

Espero que outros empresários possam fazer o mesmo, para minorar esse grave problema conjuntural.

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