Economia

ECONOMIA. Querem tirar dos doutos do mercado financeiro a primazia de prever o futuro

Não sei, não. Isso está me parecendo muito mais preocupação com o resultado, do que propriamente com a capacidade dos meninos (ou nem tanto) do mercado financeiro. Lembra muito aquela história antiiiiiga, segundo a qual, já que os números da inflação não são bons, que tal trocarmos os produtos que são medidos ou, então, reduzir a sua importância para o conjunto do índice.

O fato é que, consta, o Banco Central, pressionado, não ouviria mais apeeeenas o mercado financeiro, para produzir o boletim semanal “Focus”, que este sítio mesmo reproduz e comenta às segundas-feiras. Curiosamente, ou nem tanto, esse movimento contra os doutos se dá logo depois à 12ª previsão de aumento da inflação para 2010. Que tal? Ah, para saber mais, confira reportagem publicada n’O Estado de São Paulo. O texto é de Fabio Graner e Adriana Fernandes. A seguir:

Focus muda para BC não ficar refém de visão financeira

…O Banco Central estuda ampliar o alcance da pesquisa semanal Focus, que coleta as projeções de uma série de analistas do mercado financeiro para a inflação. Embora em estágio ainda preliminar, uma das ideias é incluir no levantamento projeções feitas por acadêmicos

Os críticos de dentro e fora do governo consideram que o levantamento da pesquisa Focus mostra apenas a visão do mercado financeiro, deixando de fora outros segmentos da sociedade. Isso, na visão dos críticos, coloca um viés pró juros altos nas decisões do BC.

A preocupação com o formato da Focus aumentou diante do fato de que nas últimas 12 semanas houve alta ininterrupta na estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), referência…”

PARA LER A ÍNTEGRA, CLIQUE AQUI.

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Um Comentário

  1. Prezado Amigo Claudemir Pereira:

    Por estar relacionado com o tema de sua postagem, reproduzo abaixo, um artigo de minha autoria sobre a atual Política Econômica Brasileira:

    POLÍTICA ECONÔMICA BRASILEIRA

    Pressionado pela inflação, o COPOM (Comitê de Política Monetária) do Banco Central do Brasil decidiu na semana passada elevar a taxa básica de juros, a chamada SELIC, em 0,5 ponto percentual, chegando a 11,75% ao ano. Esta é a segunda alta consecutiva adotada pelo COPOM, pois em 19 de janeiro, a SELIC também teve um aumento de 0,5 ponto percentual, sendo fixada em 11,25% ao ano naquela oportunidade.

    Bem sabemos que a política econômica brasileira tem como desafio principal a contenção da expansão dos preços, preservando o crescimento econômico, pois a inflação no Brasil ainda situa-se em um patamar acima das economias de países desenvolvidos. Aliás, em termos de taxa básica de juros praticada no mundo, nosso país apresenta-se como o campeão de juros reais.

    É claro que o controle da inflação é essencial para a manutenção do crescimento econômico de longo prazo e as autoridades monetárias brasileiras, sabedoras dos danos causados pela inflação alta do passado, buscam a todo o custo adotar medidas para evitar a escalada inflacionária, de tal forma que quando começam a ocorrer aumentos excessivos nos preços, o governo brasileiro tende a aumentar a taxa de juros (SELIC), como forma de desestimular o consumo interno e, conseqüentemente, segurar a inflação.

    Na minha opinião, essa medida é preocupante, pois a escalada inflacionária é multifatorial e se observarmos a atual economia mundial, observaremos que grande parte da pressão inflacionária também está relacionada com as commodities externas, de tal modo que vincular somente à demanda interna o aumento da inflação constitui-se em grave erro, com efeitos deletérios sobre o crescimento econômico.

    Controlar a inflação é essencial, porém, o que estou questionando é a constante utilização do aumento da taxa SELIC como principal instrumento de controle inflacionário, pois não podemos olvidar que um fator importante nesse contexto é a promoção de um rigoroso ajuste fiscal, reduzindo gastos correntes e aumentando gastos em investimentos, de modo a dependermos menos da elevação da taxa de juros para a contenção da inflação.

    LAURINDO LORENZI FILHO
    Graduado em Gestão Pública pela UNIJUÍ
    [email protected]

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