Imagine o seguinte: terminou o contrato da Rede Globo de Televisão para transmitir, por TV aberta, os jogos do campeonato brasileiro das séries A e B. Aí, há essa briga toda por conta dos direitos de transmissão nos próximos três anos. A presidente Dilma Rousseff assume o controle e, digamos, estatiza a transmissão e o sinal sai direto da TV Brasil (com as outras emissoras podendo pegar o sinal) e um organismo estatal determina quais os jogos que passarão ao vivo.
Ruim? Nããão sei. Mas na Argentina é assim, desde 2009, com o futebol da primeira divisão – por decisão da presidente Cristina Kirchner. E será agora em todas as categorias. E não apenas no esporte criado pelos ingleses. Também outras modalidades populares naquele país têm acesso aberto a todos os telespectadores. Só a televisão fechada é diferente.
Quem conta isso (as implicações acima são deste editor) é o ótimo jornal eletrônico Sul21. A reportagem é de Jorge Seadi. Acompanhe:
“Argentina estatiza transmissão do campeonato de futebol do país e outros esportes
Enquanto os principais clubes e emissoras brasileiras brigam pelos direitos de transmissão do campeonato brasileiro, o governo argentino estatiza as transmissões dos eventos esportivos no país. No programa intitulado Esportes para Todos, o governo de Cristina Kirchner determina que a tevê pública transmita jogos dos campeonatos de basquete, volei, tênis e rugby, além dos campeonatos de futebol das séries B e C. A série A já transmitida pelas emissoras públicas desde 2009. Segundo a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, “o objetivo do Esporte para Todos é que o povo veja eventos da cultura popular”.
O principal campeonato de futebol da Argentina já é transmitido pela tevê estatal depois que o governo pagou 600 milhões de pesos (R$ 300 milhões) pelos direitos à Associação de Futebol da Argentina (AFA), em 2009. Os direitos de transmissão foram negociados entre a AFA e o governo argentino pelo período de 10 anos e será reajustado anualmente de acordo com a inflação e outros indicadores econômicos. Os direitos de transmissão do campeonato da série A eram do grupo Clarín, o principal grupo de mídia da Argentina e o campeonato era transmistido apenas na tevê a cabo. O grupo Clarín tem na Argentina posição análoga a da Rede Globo no Brasil…”
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Tenho assistido e lido boas referências à TV Pública Argentina (ex. http://rsurgente.opsblog.org/2010/10/12/tv-publica-de-qualidade-o-exemplo-que-vem-da-argentina/).
De qualquer forma, prefiro a TV pública controlada democraticamente a essas máfias privadas, que inundam as salas da população com puro lixo.
Amigo Claudemir,
Faço doutorado na Argentina, e acompanho essa relação governo-AFA, e posso te dizer que, apesar de excelente para os telespectadores, há uma verdadeira política de pão e circo com isto.
O cappo da AFA, Grondona tem uma relação muito espúria com o governo.
Quando a Argentina foi goleada na Copa, a população estava indignada, e as TVs apresentavam uma recepção de 5 mil ‘torcedores’ recepcionando a Seleção no aeroporto. Consegues imaginar isto envolvendo a Seleção Brasileira, o Inter, o Grêmio?
O estranho era que a população era contrário àquilo, até que se noticiou que eram militantes políticos, do partido de Cristina, em retribuição à ‘estatização’ do futebol.
Então, é uma relação parasitária, de ambos. A população, pretensamente beneficiária, é contra isto, porque faz com que o “Ricardo Teixeira” deles seja onipotente.
Qualquer semelhança com a realidade, é mera coincidência.
(NOTA DO SÍTIO – importante a colaboração do leitor que, afinal de contas, viu – e vê – de perto a situação. De todo modo, aqui no Brasil, imagino que algum tipo de acordo haverá. Até porque há bastante tempo pra isso. Ah, e sem a intervenção do governo, aliás)
lá seria bom pro nosso Prefeito Carnavalesco, o ilustre poderia desfilar abanando pára o povo sem ter que abrir o cofre das margens da Sanga do Itaimbé.Hehehehehe