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TUDO IGUAL. Surrada na África, agora é a vez do Japão deixar tonta a mídia brasileira

Como se sabe, ao contrário do que se imaginava ao ler os jornais brasileiros (gaúchos inclusive), o Kadafi tende a sufocar os movimentos de oposição líbia. Atenção, não gosto do ditador, muito pelo contrário, mas não sou cego – e aqui não se está fazendo juízo de valor sobre ele.

Pois, agora, depois do terrível tsunami, é a catástrofe nuclear japonesa que começa a surrar a mídia brasileira, completamente desnorteada com os acontecimentos. Quem trata disso, com o talento e a qualidade de sempre (ainda que não concorde com ele sem restrições) é o professor e jornalista Alberto Dines, coordenador e mentor do sítio especializado Observatório da Imprensa. Confira:

ANO NOVO, TUDO IGUAL – Mundo ferve, mídia trôpega

Iniciado o ano real, efetivo: os jornalões voltam ao seu estado natural – desnorteados, atarantados, incapazes de responder com grandeza às convocações do noticiário. O mundo ferve, a mídia vai levando. A sucessão de calamidades e catástrofes não cria um sistema capaz de responder com rapidez às angústias do seu público. Prefere iludi-lo com banalidades ao invés de preocupá-lo com transcendências.

No domingo [13/3], nenhum deles conseguiu oferecer algum tipo de reação a respeito do desastre nuclear que ronda o Japão, embora as notícias sobre as complicações na central de Fukushima tenham começado na sexta-feira [11/3], em seguida ao terremoto. Afinal, o Brasil tem duas centrais em funcionamento em Angra dos Reis e o novo governo está empenhado em terminar a montagem da terceira.

Emocionados com a tragédia japonesa, seria aconselhável que não se perdessem de vista as implicações locais do que acontece nos antípodas: a energia nuclear volta a ser duramente questionada. Principalmente na Alemanha, onde teoricamente está banida…”

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