O ótimo Congresso em Foco, sítio especializado com sede, obviamente, em Brasília, tem, nos últimos dias, investigado, numa série de reportagens, as relações familiares que permeiam os nossos parlamentares. Hoje, por exemplo, trata especificamente da Câmara dos Deputados.
A constatação é, cá entre nós, assombrosa. É possível afirmar que muito dificilmente isso ocorra em qualquer outro lugar do planeta. Quase metade da Câmara tem relações de família. O que, segundo um cientista político ouvido pelo CF, faz com que o país volte aos padrões oligárquicos do início do século passado. Que coisa! Ah, para saber mais confira a reportagem de Edson Sardinha e Renata Camargo. A seguir:
“Quase 300 deputados têm parente na política…
… Tradição familiar não é sinônimo de sucesso na política. Mas é quase isso, a julgar pela atual composição da Câmara. Um em cada dois deputados da atual legislatura tem laços de parentesco com outras figuras da vida pública brasileira. Dos 564 deputados que assumiram mandato este ano, entre titulares, suplentes e licenciados, 271 (48%) são parentes de políticos. São filhos, netos, pais, irmãos, sobrinhos, tios, primos, cônjuges ou ex-cônjuges de quem tem ou já teve mandato, exerceu algum cargo de nomeação política ou participou de eleição.
Onze dos 22 partidos com assento na Câmara têm ao menos metade de sua representação formada por deputados com familiares políticos. O quadro é de amplo predomínio em algumas das principais legendas do país, como o PMDB, o DEM e o PP, campeões no número de parlamentares com parentes na política entre as cinco maiores bancadas da Casa. Os dados fazem parte de levantamento exclusivo feito pelo Congresso em Foco sobre as relações de parentesco entre os parlamentares no Legislativo federal…”
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