Emprego, nova arma contra o crime – por Carlos Costabeber
As estatísticas em todo o Brasil estão mostrando uma queda acentuada na criminalidade; essa criminalidade comum, do dia-a-dia.
Uma excelente notícia!
Só que essa redução pouco tem a ver com a maior presença do aparato policial, da repressão.
Isso é resultado da melhoria nos niveis de emprego no país.
Vivemos algo inédito: o PLENO EMPREGO !
Hoje, não trabalha quem não quer! Basta ter saúde e idade até 65/70 anos para ter uma oportunidade de trabalho.
Confesso que, pelo menos na minha geração, sempre estivemos preocupados com a falta de vagas para os jovens que estavam chegando ao mercado de trabalho.
Felizmente as coisas mudaram para bem melhor,e as perspectivas são de que essa situação se mantenha por muitos e muitos anos.
Mas, se por um lado vivemos uma euforia na demanda por profissionais, por outro, fica evidente o descaso que o dirigentes desse país tiveram com relação à qualificação do ensino; notadamente do ENSINO PROFISSIONALIANTE.
Mesmo agora, basta comparar o número de vagas existentes para o ensino convencional com o número de vagas para o ensino profissionalizante, para ver o atraso em que nos encontramos. E vai levar muito tempo para mudar a matriz da educação brasileira.
É uma pena!!!
O mercado está crescendo de forma geométrica e a oferta de mão-de-obra qualificada cresce de forma aritmética. Isso tem levado o Brasil a um crescimento da economia bem abaixo do seu potencial.
E quanto mais emprego, mais renda disponível, mais consumo e menor dependência dos mercados internacionais para manter o país em funcionamento.
É impressionante ver as pessoas mudando seus hábitos de consumo. Das famílias que agora têm a renda do casal e dos filhos, para poder comprar um carro novo e para realizar o sonho da casa própria.
Nunca tinha visto algo semelhante em toda a minha vida.
E com mais um fator altamente positivo para a sociedade: os jovens com emprego garantido e carteira assinada estão perdendo o estimulo para o crime, a contravenção.
Cito como exemplo a cidade de Rosário do Sul, na qual, com os grandes investimentos que lá estão sendo feitos, praticamente desapareceram as ocorrências policiais do dia-a-dia.
A sociedade brasileira agradece esse momento de exuberância que estamos vivendo; apesar de estarmos pagando o preço por uma estratégia de ensino equivocada e de baixos investimentos na formação de mão-de-obra qualificada.
Sobre o ensino profissionalizante, realmente poderíamos estar muito melhor. No entanto, devemos reconhecer o grande esforço realizado nos últimos anos para buscar a reversão de um déficit histórico. Se levarmos em consideração a rede federal, conforme dados do Ministério da Educação, de 1909 a 2002, foram construídas 140 escolas técnicas no Brasil. Nos últimos oito anos foram entregues 214 novas escolas.
Dando sequência a esta recuperação do ensino profissionalizante, foi lançado em abril deste ano o PRONATEC – Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e ao Emprego que prevê a oferta de 8 milhões de vagas na educação profissional de nível médio e para a qualificação de trabalhadores até 2014.
Além destas boas noticias destaco que nunca tinha visto este tema ser tratado com tanta responsabilidade como tenho visto. Acompanho o interesse de nossos representantes no legislativo federal e estadual em trabalhar pelo crescimento do ensino profissionalizante em nossa região e isso certamente produzirá bons resultados.