NA CINCHA. Na reunião do secretariado, o matreiro Farret cobra por briga de beleza

Até as mais (ou menos) empoeiradas cantoneiras dos sete andares do Centro Administrativo Municipal conversam entre si. Alguns diriam, fofoqueiam. É, pode ser. Mas o que elas dizem, e muitos humanos (alguns das proximidades do escalão maior do governo comunal) reproduzem é que a convivência é fraterna – em público.

Ah, do que se está falando? Da dificuldade de convivência administrativa (não política, nem pessoal) entre o secretário de Infraestrutura, Tubias Calil (PMDB), e secretário de Mobilidade Urbana, Marcelo Bisogno (PDT). Inclusive porque, e isso faz aflorar a rivalidade entre dois dos principais nomes do governismo para a eleição à Câmara de Vereadores em 2012, ambos são os secretários de maior visibilidade.

Ora, isso é histórico. Em qualquer governo. São os que mais dão entrevistas. Os mais cobrados. E os mais elogiados. Sempre conforme as circunstâncias. Estão na mídia. Querendo ou não. E isso leva a encontros. E desencontros. Quando prevalecem os primeiros, ótimo. Quando não, a porca torce o rabo.

É evidente que, ao prefeito, interessa que ambos se dêem bem nas missões espinhosas que lhes foram oferecidas. E aceitas. Há o ônus. E o bônus. Que precisam ser repartidos. O problema é quando um acha que o outro está se saindo melhor na disputa junto à opinião pública. E o um pensa exatamente o oposto. Aí… Sai de perto.

Bueno. Agora, ao fato. Na reunião semanal do secretariado, na manhã desta terça-feira, essa questão veio à tona. Muito em função de uma notinha publicada pelo colega Leandro Belles, do Diário de Santa Maria, no último final de semana. É verdade que o repórter não citou nomes. Mas o texto (aqui: “…Tem secretário da prefeitura atirando contra o próprio colega. A pouca afinidade entre os dois se acirrou quando as duas pastas começaram a se esbarrar em determinados serviços públicos. Nos bastidores do Executivo, há quem diga que um quer aparecer mais que o outro…”) foi entendida, e muito bem, pelas cantoneiras aquelas lá do início desta nota. E também bastante pelas evidências – quem tem mais ou menos espaço midiático, por exemplo.

E provocou uma intervenção do prefeito em exercício, José Farret que, também sem citar ninguém, chamou a todos na cincha. Afinal, não é isso que quer o titular, Cezar Schirmer, que reassume o cargo nesta quarta. Matreiro, a uma observação singela acerca de ocorrência da semana passada, o vice acabou levando todos a se manifestar. Claro, defendendo a unidade, que trabalham com o mesmo objetivo, e coisa e tal.

É. Pode ser. Talvez seja. Mas esse tipo de situação (de resto, como já se afirmou linhas atrás, bastante natural) pode ser fatal, em momento mais próximo do pleito.

De todo modo, vale aqui o que é usado no futebol: se os dois são craques (e o prefeito assim entende) devem estar entre os titulares. E é função do técnico gerir a situação. Afinal, colocar um na reserva, mesmo que este aparente tranqüilidade, pode acabar com a equipe. Ela é que vence. Não um. Ou mesmo dois. Esse foi o entendimento de Farret. E, por certo, será também o de Schirmer.

EM TEMPO: que ninguém fique procurando a fonte, que contou tudo isso ao sítio. Até porque cantoneiras não falam. Ou falam?

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