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Análise do sítio. Greve do magistério começa com posições acirradas. Assembléia será decisiva

A presidente do CPERS-Sindicato, Rejane de Oliveira, afirma neste domingo em Zero Hora: “se amanhã o governo retirar o projeto da Assembléia, nós amanhã mesmo convocaremos uma assembléia pelo fim da greve”.

 

No mesmo jornal, a professora Mariza Abreu, secretária de Educação, em nome do governo do Estado, declara que o ofício em que os representantes do magistério expõe seu pleito e anunciam a greve, “faz referência genérica a reivindicações”.

 

Ao se ler a íntegra da resposta oficial do Palácio Piratini, no ofício assinado pela secretária e disponível no sítio  do Governo do Estado, se percebe a intenção oficial de desqualificar o pedido motivador da paralisação dos professores, ao anunciar que “a única” diferença entre o que querem os docentes e o que o projeto do governo oferece é antecipar para 2009 o que a lei federal prevê para 2010. Ah, e tem também a ameaça de corte do ponto dos grevistas, conforme decreto editado não faz um mês, pelo Governo do Estado.

 

As posições, portanto, estão postas. O magistério decidiu, na tarde de sexta-feira, que entra em greve hoje, por tempo indeterminado. Ou, para ser mais preciso, até que o Palácio Piratini retire da Assembléia Legislativa o projeto que fixa o piso da categoria em R$ 950 a partir do próximo ano, nele incluídas todas as vantagens já auferidas pelos docentes ao longo  das últimas duas décadas.

 

O governo do Estado, como resposta, aposta numa baixa adesão ao movimento, não se mostra disposto a recuar e, mais que isso, declara a firme disposição de punir quem dele participar. Ao mesmo tempo, fica claro que vai buscar através de substituição de docentes, especialmente dos do 3º ano do ensino médio, minimizar os prejuízos àqueles que vão prestar vestibular e que podem perder o ano letivo.

 

Eis o confronto instalado. E as armas visíveis. Como isso terminará? Nunca se sabe, na verdade, como uma greve acaba – só como começa. Mas há algumas possibilidades aventadas. Uma delas é o recuo do governo. Improvável e pouco possível, dada a forma de fazer política e administrar o Estado de Yeda Crusius. Ao largo do mérito, respeite-se. No mérito, pode-se discutir. Mas o fato é que ela não transige. Outra é o recuo do magistério. Improvável, mas não impossível – depende da adesão obtida. Quanto maior, mais difícil um retorno, mais forte o movimento e a pressão da sociedade em busca de uma solução.

 

E a terceira possibilidade, esta nas mãos dos deputados estaduais. Basta que votem o projeto que está na Assembléia Legislativa. Se aprovado, restará ao magistério o caminho da Justiça, e o ônus de voltar às aulas pela ausência do objeto. Se recusado, o objetivo dos grevistas terá sido atingido. Mesmo contra a vontade da governadora. E restará apenas a discussão em torno do corte do ponto.

 

Um fato: fortes emoções a caminho na cena político-social do Rio Grande, a partir de hoje. A menos que alguma coisa extraordinária ocorra. E, se existe, ela não está visível no horizonte.

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