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Perda. Morte de Joel Abílio comove colegas e amigos, especialmente os ligados à UFSM

Dentro de aproximadamente duas horas, no Cemitério Ecumênico Municipal, será sepultado o corpo do professor Joél Abílio Pinto dos Santos, que morreu, vítima de infarto agudo, na noite de ontem, ao dar entrada no Hospital de Caridade Dr Astrogildo de Azevedo.

 

Desde os primeiros momentos que se seguiram à morte do professor – que mantinha ampla participação na comunidade, inclusive nos veículos de comunicação (colaborava regularmente com as rádios Antena 1 e Universidade e o jornal A Razão), familiares, colegas, amigos e muitos admiradores da figura e da trajetória de Joel Abílio se revezam na solidariedade, velando o corpo na capela mortuária número 1, do Hospital de Caridade – de onde sairá em direção ao cemitério, daqui a pouco.

 

Há grande consternação, como pude pessoalmente constatar no velório, dos que conviveram em qualquer tempo com Joel Abílio Pinto dos Santos. Controverso, mas absolutamente sincero, o que lhe granjeava grande admiração, o professor era admirado até mesmo por seus eventuais adversários. Um polemista, como disse alguém. E com muito talento.

 

Reproduzo a seguir, na íntegra, material produzido pelo jornalista Fritz Nunes, da assessoria de imprensa da Seção Sindical dos Docentes da UFSM (Sedufsm), da qual Joél Abílio era conselheiro – o mais votado, aliás, no último pleito. É possível, pelo texto, aquilatar o que significa a perda da figura do professor do Departamento de História da Universidade Federal. Confira:

 

“As repercussões da morte do prof. Joél

 

Após a divulgação do falecimento de Joél Abilio Pinto dos Santos, na noite desta quinta, 29 de março, uma grande consternação tomou conta de colegas do departamento de História e também de diretores da Seção Sindical dos Docentes da UFSM, entidade da qual também foi diretor e atualmente era conselheiro.

 

Militante combativo desde a fundação do sindicato, em 1989, passando pelas principais greves implementadas pelo Movimento Docente, o prof. Joél também se dedicava nos últimos anos a participar de programas de rádio como entrevistador, debatedor e comentarista, em especial, na Rádio Universidade.

 

Brizolista ferrenho, o sexagenário (64 anos) Joél era uma figura inesquecível. Defensor ardoroso de suas posições marcou época nas assembléias da categoria na UFSM. Certamente, as plenárias ficarão menos alegres sem a agudeza, a passionalidade e, muitas vezes, as tiradas bem-humoradas de Joél Abilio Pinto dos Santos, como ele sempre gostava de ressaltar: que não tirassem o Pinto do nome dele.

 

Repercussões

 

Polêmico e terno ao mesmo tempo. É dessa forma que lembrará de Joél, o professor Diorge Konrad, presidente da SEDUFSM. Ex-aluno, Konrad conhecia-o há 22 anos, sendo colegas de departamento há 13. “A simpatia do Joél pode ser exemplificada na última eleição para conselheiro do sindicato, quando foi o mais votado entre todos os candidatos.”

 

Para o reitor da UFSM, professor Clovis Lima, “a instituição perdeu uma pessoa que, além de colega, era amigo, não só para a universidade, mas para toda a comunidade. A universidade vai ficar mais carente de uma figura tão importante, transparente, com sua posição definida e que sempre foi presença constante.”

 

A ex-presidente da SEDUFSM por duas gestões (1990-1994) e que também foi colega de departamento, Berenice Corsetti, considera que Joél era “um profissional dedicado, importante no campo da história e batalhador nas causas da democracia brasileira. Essa é sem dúvida uma grande perda para as questões defendidas pelo movimento docente e também pela universidade.”

 

Boas recordações de Joél também ficarão nos pensamentos do professor Thomé Lovato, ex-diretor do Centro de Ciências Rurais, atual pró-reitor adjunto de Graduação da UFSM. Para Lovato: “um batalhador nato, com uma clareza admirável e insistência no foco do debate, com uma grande capacidade de provocar reflexão. Vai ser difícil conviver nos ambientes que ele compartilhava conosco tendo a certeza da sua ausência na dimensão em que estamos acostumados. Porém, seu exemplo de conduta vai nos estimular a continuar avançando.”

 

Érico Henn, professor aposentado do Centro de Tecnologia da UFSM, ex-pró-reitor na gestão de Odilon do Canto, em correspondência eletrônica ressaltou que a partir da morte do prof. Joél “perde a UFSM, perde a SEDUFSM, perde Santa Maria, mas, sobretudo, perdemos nós o grande companheiro.”

 

Um guerreiro

 

Carlos Alberto Pires, ex-presidente da SEDUFSM, irmão do saudoso militante Sérgio Pires, também relembra a atuação histórica. “Joél militou na Associação dos Professores da Universidade (APUSM), foi fundador da Seção Sindical dos Docentes da UFSM. Liderou, com muitos outros colegas, movimentos de protestos e greves em pleno regime militar. Foi um defensor incansável da universidade pública e do ensino de qualidade. Em contraposição a esse espírito beligerante, em se tratando de defesa da universidade e defesa de direitos da categoria docente, Joél era uma pessoa amiga, radicalmente companheira em todos os momentos, especialmente nos momentos mais difíceis. Joel é, sem dúvida, um exemplo no qual precisamos nos espelhar. Um combativo guerreiro, fiel a seus ideais e a seus companheiros.”

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