DO LEITOR. Fala Rogério Ferraz: os 14 (ou 21) vereadores e a banalização do debate
Recebi um artigo do sindicalista (e leitor e comentarista habitual neste sítio) Rogério Ferraz. Ele trata a questão do número de cadeiras da Câmara de Vereadores, e do debate em torno do assunto, sob um viés para o qual não se deu ênfase, até aqui. Muito pelo contrário. Para concordar ou discordar, vale a pena ler. Acompanhe:
“Vereadores: número ou qualidade?
Com a devida vênia de quem entende do assunto eu, ainda que leigamente, pergunto: vai passar todo este período de decisão sobre o número de vereadores e não teremos uma discussão séria e aprofundada sobre o assunto?
Não nos orgulhamos sempre em dizer que moramos na cidade cultura? Mas que cultura é esta? Uma matéria de suma importância reduzida a isto que aí está?
Não estaríamos perdendo uma ótima oportunidade de, realmente, levar politização ao nosso povo? Discutir política com argumentos que permitam a este mesmo povo decidir de maneira soberana e autônoma.
Temos uma imprensa forte. Temos inúmeras faculdades que ministram cursos de áreas afins. Temos uma Câmara de Vereadores que deveria ser a principal interessada no tema.
E o que vemos? Um falso debate que se sustenta na falácia de que vereador não trabalha, que é apenas um estorvo na sociedade.
Penso que a Câmara poderia, a cada ano, com uma pequena parcela dos recursos financeiros, criar fontes de informação à população. Não com propaganda do que este ou aquele vereador fez ou deixou de fazer. Mas com matérias institucionais que deixem o povo saber da importância que este Poder tem para a democracia.
De um lado vemos até campanha organizada para que cheguemos ao número de eleitores necessários para um segundo turno. Aí sim, sobram opiniões “argumentadas”. “Isto fortalece a democracia etc e tal.”
De outro lado, lava-se as mãos e deixa-se que a demagogia e a falta de informação se responsabilizem pela decisão sobre o número de edis.
Então, quer dizer que sou politizado e faço jus à fama de morar na cidade cultura apenas quando me interessa?
Banalizou-se o debate. Ora, um cidadão caminhando na rua, vem um repórter e pergunta se ele quer 14 ou 21 vereadores. O que será que este incauto eleitor vai responder?
Cadê o verdadeiro debate?
Por exemplo: Na questão de prazos, o artigo 16 da Constituição diz que a decisão deve ser tomada até setembro deste ano.
Mas há uma Resolução do TSE onde diz que o prazo para decisão pode ser até junho de 2012, antes de iniciar o período eleitoral. Qual o que vale?
Não se debate sobre o papel do vereador.
Não falamos que um vereador deve legislar, criar leis que tornem a sociedade mais justa e humana; fazer a fiscalização financeira, manter o controle externo do Poder Executivo Municipal, principalmente quanto à execução orçamentária e ao julgamento das contas apresentadas pelo prefeito.
O Supremo já disse que em cidades de 160 a 300 mil habitantes o número de edis pode ser de até 21. Mas, qual o ideal para Santa Maria? Quem deve decidir sobre o tema?
Aqui na Boca do Monte está acontecendo algo estranho. Por diversos motivos, alguns vereadores já abriram seu voto.
Temos caso em que o partido avaliou que, sendo 14 ou 21, não conseguirá fazer um segundo vereador, quando muito manter o que tem, portanto…
Há caso de quem, vendo a reação popular ao pouco serviço mostrado, achou uma maneira de ficar “do lado do povo”. E, convenhamos, fazer afago ao eleitor numa época em que se aproxima mais um pleito eleitoral é fundamental, não acham?
Uma pergunta que não cala: o povo de Santa Maria está descontente com o número de vereadores ou com o desempenho de alguns?
Se houvesse uma pesquisa popular para saber em quem o cidadão votou para vereador na última eleição, qual seria o percentual de quem lembra? Se aprofundasse o questionamento e perguntasse quantas vezes o eleitor entrou em contato com seu vereador após a eleição, o que daria?
Portanto, façamos juz à fama da nossa cidade. Vamos mudar esta cultura de desconstituição dos Poderes. E isto vamos conseguir através de um debate sério e sem paixões.
Deixo claro que este texto não significa uma defesa de número de vereadores, mas sim, um protesto pela falta de debate sobre o assunto.
Rogério Ferraz, cidadão de Santa Maria-RS”
SIGA O SITÍO NO TWITTER
Uma pessoa que se julga em condições de julgar vc Rogério devia pelo menos saber escrever. “comesando” e “limpesa”
por favor….calamidade…
Rogério. Parabéns pelo teu artigo. (NOTA DO SÍTIO – o restante do comentário NÃO SERÁ publicado. Em parte do teor, faz acusações a um Poder constituído e a dois integrantes de outro – e ambas não podem ser provadas. Inaceitável pelas regras do sítio, e portanto vetados pelo editor. EM TEMPO: normalmente, explicações não são dadas. No entanto, isso ocorre agora porque não se trata do único caso. O editor não tem nenhum pudor de vetar comentários que desrespeitem as regras. Afinal, democracia – e, nisso, modéstia às favas, esse sítio é insuperável – também pressupõe regulação.)
@Jandir
Jandir
Tu me desculpa. Mas, na minha inocência não percebi que é crime querer ser candidato a vereador. Achei que tenho mais a colaborar do que ficar apenas criticando. Ah, já ia esquecendo, tenho emprego. Sou eletrotécnico e trabalho há 29 anos na Corsan. Portanto, quando tu fala em “teta”, não está falando comigo.
Por pessoas com o teu pensamento é que esta discussão do número de vereadores está assim.
O tempo que ficão enchendo linguiça com o mesmo assunto, investiguem o que aconteceu com os 17 milhões, que foram devolvidos para a união da saude de Santa Maria, pela prefeitura, pois pelo que vejo a maioria de quem opina neste espaço vai ser candidato a vereador, e ja estão comesando mal se preocupando com o que é bom para eles, mostrem que não querem só a teta, investiguem e me contem depois, porque estes incompetentes que estão la na camara hoje, são todos do governo inclusive os do PT, limpesa já.
Apenas para situar os meus companheiros de partido, enviei este texto ao Claudemir antes da nossa reunião de sábado.
Tu imagina uma cidade com 300.000 habitantes com 14 vereadores enquanto uma cidade com 3000 tem 9, e vem falar em aumento de gastos? Só se for oExecutivo aprovando mais obras e desapropriações faraonicas.
-Parabens Rogério: Escreveste o que os “própios” deveriam fazê-lo. Isso é o que a maioria culta e desinteressada pensa. Mas essa é a velha estratégia de desviar a atenção da opinião pública dos tantos assuntos que realmente interessam a cidade. Recomendo a todos oBlog do promotor Dr.Adede y Castro que só os leitores desta coluna ficaram sabendo. O 14×21 é a banalização da politica, desmoralizada como a credibilidade dos atuais Edis.