Inflação. 5% anuais são nada. Cá entre nós, ruim era quando o índice chegava a 86%. Ao mês
Volta à discussão a possibilidade de aumentar ou não a taxa básica de juros – que, nunca é demais lembrar, é a maior do planeta. Tudo por conta de 1% ou nem isso a mais de inflação anual. A propósito, confira o artigo do jornalista Valdo Cruz, da Folha de São Paulo. No final, o meu comentário. A seguir:
Curto ou longo
Essa é a disputa atual dentro do governo Lula. Se será curto ou longo o novo ciclo de alta dos juros iniciado pelo Copom (Comitê de Política Monetária) na reunião de abril e que será mantido no encontro da próxima semana. Quando surpreendeu o mercado e subiu os juros em 0,50 ponto percentual, elevando a taxa a 11,75% ao ano, o Banco Central, por intermédio de seu presidente Henrique Meirelles, disse ao chefe Luiz Inácio Lula da Silva que aquela “paulada” tinha o objetivo de sinalizar que o ciclo seria “intenso, mas curto”. Agora, contudo, há quem duvide que o BC possa cumprir a promessa feita naquela época.
A inflação está num ritmo mais forte do que o imaginado inicialmente e fechará o ano acima de 5%, fugindo do centro da meta de 4,5% mas devendo ficar dentro do intervalo permitido, de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Diante desse novo cenário, o temor é que o processo de alta dos juros iniciado em abril se prolongue por mais tempo.
Dentro do Palácio do Planalto, logo depois da reunião de abril do Copom, auxiliares do presidente davam como certa uma retomada da queda dos juros no final desse ano. Agora, os mesmos assessores debatem sobre o que fazer para que o Banco Central tenha realmente condições de retomar o corte dos juros ainda neste ano.
Veio daí a discussão sobre o aumento do superávit primário, hoje com meta de 3,8% do PIB (Produto Interno Bruto). A proposta ganhou adeptos dentro e fora do governo, foi encampada por toda equipe econômica – os ministros Guido Mantega (Fazenda), Paulo Bernardo (Planejamento) e Henrique Meirelles (BC) -, mas até agora não foi oficializada pelo Palácio do Planalto.
Com o aumento do superávit, o governo ajudaria a reduzir a demanda pública cortando efetivamente suas despesas acima do prometido inicialmente. Ajudaria assim o Banco Central na sua política de combate à inflação. Sabendo que o presidente Lula não morre de amores pelo tema, Mantega, como define um governista, teve a idéia de…
COMENTÁRIO CLAUDEMIRIANO: a briga histórica entre os desenvolvimentistas e os conservadores, em termos de gestão, leva em conta muitos dos tais fundamentos da economia. E por aí vão, discutindo o que é melhor para o País. Esquecem, é a minha impressão, do mundo real. E este, cá entre nós, é beeeem diferente. Afinal, para quem conviveu com inflação de 86% ao mês (sim, ao mês) no final dos anos 80, em que José Sarney era o presidente, 5% é nada. Mas naaaada meeeesmo. Pelo menos, que justifique uma nova paulada na sociedade, com um novo aumento dos juros. E isso não é ser desenvolvimentista. Apenas alguém que, como todos, quer melhorar a vida de todos. É nisso que deveriam pensar os doutos.
SUGESTÕES DE LEITURA – confira aqui a íntegra do artigo Curto ou Longo, de Valdo Cruz, da Folha de São Paulo.
Leia também a nota Ancoragem difícil, publicada pelO Estado de São Paulo, em sua edição desta terça-feira.
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