Do ponto de vista dos servidores públicos, não há dúvida: o que aconteceu entre 1995 e 2011 é pra lá de ruim. Afinal, se no segundo ano do primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso as despesas com pessoal alcançavam 29,8%, agora, em outubro, sob o governo de Dilma Rousseff, esse comprometimento chegava a 16,7%.
Essa questão se tornou presente, no cotidiano do sindicalismo pelo menos, a partir da aprovação, pelo Congresso, do Orçamento da União para 2012, sem previsão de reajuste para os servidores públicos. E motivou, inclusive, a reportagem da assessoria de imprensa da Seção Sindical dos Docentes da UFSM, que traz o levantamento feito pelo professor Ricardo Rondinel, economista e ex-presidente da entidade. O texto é de Fritz R. Nunes, com foto do arquivo da Sedufsm. A seguir:
“Gasto com servidores é um dos menores da história…
… Há poucos dias, a presidente Dilma Rousseff, em entrevista à imprensa, declarou que o governo não concederia reajuste geral aos servidores em 2012, alegando que é preciso conter gastos em função da crise econômica mundial. O discurso dilmista se reproduziu no Congresso Nacional, que na última quinta (22), aprovou o orçamento para o próximo ano sem previsão de aumento ao funcionalismo. Entretanto, toda essa argumentação governista não se sustenta.
Conforme o professor do departamento de Ciências Econômicas da UFSM, Ricardo Rondinel, os números mostram que os gastos do governo com a folha de pagamento estão em um dos menores patamares da história.
Nos cálculos de Rondinel, que também já foi presidente da SEDUFSM de 1994 a 1996, enquanto no ano de 1995 (governo FHC), a relação entre despesas de pessoal e receita da União era de 29,8%, em outubro deste ano (2011) esse percentual correspondia a 16,7%, o que demonstra que o comprometimento com gastos da folha de pessoal caiu quase pela metade em 16 anos…”
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