Rondeau de volta. Ou o perigo que é condenar previamente, como parece ser a norma
A coisa está sendo colocada assim: Silas Rondeau, uma indicação de José Sarney, volta a ser ministro das Minas e Energia. Inclusive porque o cargo está vago desde que ele saiu. Luiz Inácio Lula da Silva chegou a dar o sinal verde para a nomeação de um técnico, Maurício qualquer coisa (desculpa, esqueci o nome do gajo), mas não partiu para os finalmentes.
Ah, e tem mais: com o retorno de Rondeau, em acontecendo, abre-se caminho para um outro entendimento, no âmbito do Senado. O encalacrado Renan Calheiros se afastaria, sendo trocado por quem? Ele mesmo, José Ribamar Sarney. E estaria tudo bem, de novo, entre Lula e a porção peemedebista do Senado, noves fora Pedro Simon e Jarbas Vasconcellos.
Mas não é esse o ponto. Isso é futrica política. Que pode – ou não – acabar bem. Importa pouco se o ministro é A ou B. Meu assunto é outro. Então, Silas Rondeau é culpado? Ou inocente? Alguém ai lembra o que a mídia grandona (e a que se acha) disse e escreveu a respeito, incluindo respeitáveis comentaristas políticos? Não? Não tem problema, é assim que funciona, mesmo.
O fato é que o ministro foi condenado. E o suporte para isso foi a imagem de um envelope sendo supostamente entregue pra ele. Ou, por outra, uma gerente (ou diretora) da empreiteira Gautama entrou no gabinete com o envelope (onde estariam R$ 100 mil) e saiu sem ele. Logo, sem o troco. Que ficou com Rondeu.
Detalhe. Detalhezinho. Na perícia da Polícia Federal constatou-se que era impossível caber R$ 100 mil na embalagem. Pois é. Pois é. Pouco importa se Rondeau vai ou não voltar. O dele está salvo. Mas… e outros (talvez) inocentes, previamente condenados, como ficam? Hein?
SUGESTÃO DE LEITURA – confira a reportagem Volta de Rondeau facilita troca de Renan por Sarney, de Christiane Samarco, publicada pelO Estado de São Paulo.
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