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ARTIGO. Luciano do Monte Ribas, bolsonarismo e o 2019 perdido não só na economia a na vida “prática”

A identidade criminosa no bolsonarismo

Por LUCIANO DO MONTE RIBAS (*)

O título desse texto não é apenas uma frase de efeito e deve ser entendido literalmente: a identidade fundamental do bolsonarismo está baseada em discursos, sentimentos e atitudes que podem ser caracterizadas como criminosas.

Não falo dos acusados pelo assassinato de Marielle Franco, fotografados abraçados no presidente, ou do estranhíssimo fato de que foi do condomínio onde Bolsonaro residia que eles saíram para cometer o crime.

Me refiro aqui a coisas que funcionam como a matriz geradora da identidade existente entre os mais fanáticos bolsonaristas, seu insano líder e, em alguns aspectos, com os setores periféricos desse fenômeno. São coisas que vão do racismo explícito à apologia do extermínio de pessoas e grupos considerados maléficos, por exemplo. Uma lista extensa, que cresce de acordo com a conveniência ou a necessidade do néscio: sempre cabe mais um inimigo no “bonde do ódio” do seu Jair da casa 58.

Na verdade, os bolsonaristas podem não concordar integralmente com tudo o que está associado ao seu “movimento”, pois não há um “credo” escrito que diga exatamente o que eles devem pensar e de que forma precisam agir, como o “Mein Kampf” hitlerista fazia. Mas há, inegavelmente, uma totalidade que os unifica e ela se define pelo desprezo, explícito ou velado, pela humanidade como um valor absoluto.

Exagero meu? Sinceramente, não creio.

Por exemplo, à frase “mas o mundo anda tão chato” (e ao rosário de frustrações que costuma segui-la) não estão associados diversos preconceitos relacionados à cor, ao gênero, ao tipo físico, à classe social, à sexualidade, às deficiências e à etnia, entre outras características e/ou condições humanas? E, desse preconceito “soft” não parte uma linha que, volta e meia, termina em abominações como o assassinato de pessoas negras, o feminicídio, os crimes de ódio relacionados à homofobia e o extermínio físico e cultural dos povos originais, entre outros crimes explícitos?

Há uma lógica ascendente entre o “tigre de Facebook”, o sujeito que minimiza a escravidão ou que diz “o nazismo era de esquerda” e o “cidadão de bem” capaz de espancar até a morte uma menina de 22 anos, matar uma engenheira numa desavença de trânsito, surrar um idoso de 61 anos em plena rua até deixá-lo sem vida, atear fogo na floresta ou criminalizar a educação e a cultura. Diga-se de passagem, infelizmente todos esses casos são reais…

Sinceramente, a essa altura dos acontecimentos eu já sinto dificuldade em ser condescendente com quem ainda abraça o bolsonarismo, suas fakenews, suas desumanidades e seus crimes contra pessoas, grupos, natureza e sociedade.

Penso que esse 2019 não foi perdido apenas na economia e nos outros setores da vida “prática”; ele foi, acima de tudo e acima de todos, um ano de retrocesso, atraso, violência, vergonha e destruição, onde perdemos de vez as ilusões sobre pessoas com quem compartilhamos sangue ou que mantínhamos amizades. Muitas farão falta, outras não. O certo é que, depois que revelaram sua verdadeira índole, é impossível voltar a vê-las como antes.

(*) Luciano do Monte Ribas é designer gráfico, graduado em Desenho Industrial / Programação Visual e mestre em Artes Visuais, ambos pela UFSM. É um dos coordenadores do Santa Maria Vídeo e Cinema e já exerceu diversas funções, tanto na iniciativa privada quanto na gestão pública.

Para segui-lo nas redes sociais: facebook.com/domonteribas – instagram.com/monteribas.

OBSERVAÇÃO DO EDITOR:  A foto é de estátuas sobre a fachada da Basílica de São Pedro, no Vaticano.

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