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Debate. Jornalista sem imunidade para injuriar. E processos não ferem liberdade de imprensa

Já escrevi aqui (leia, no final do texto, as sugestões de leitura) sobre o episódio dos insultos proferidos pelo jornalista Arnaldo Jabor (TV Globo e Rádio CBN) contra os parlamentares e o que penso a respeito. Não por mim, obviamente, mas por todos os coleguinhas que se acham a última bolacha do pacote, é salutar que se estabeleça, de alguma forma, uma discussão em torno dos limites que cercam a atividade jornalística. Especialmente a de análise e crítica – que, aliás, é feita não apenas por jornalistas, mas por colaboradores dos veículos de comunicação.

 

Tentando contribuir um pouquinho para esse debate (e quem tiver opinião diferente pode mandar texto para publicação) reproduzo, a seguir, artigo do professor e jornalista Luiz Weiz, publicado no site especializado Observatório da Imprensa. Confira:

 

“O nefasto jornalismo de insulto

 

“No momento em que o Conselho de Ética anistiava deputados mensaleiros que foram reeleitos, dirigentes da Câmara e líderes partidários decidiram adotar duas medidas para se defenderem de críticas e cobranças: a votação de uma proposta de emenda constitucional (PEC) criando uma espécie de Advocacia Geral do Legislativo; e a abertura de um processo contra o comentarista Arnaldo Jabor, por críticas que fez à impunidade parlamentar.”

 

A informação é da repórter Maria Lima, do Globo. Nada a respeito, estranhamente, nem na Folha, nem no Estado. Começando pelo fim. Em comentário na rádio CBN, Jabor disse:

 

“Todos sabemos que os nosso queridos deputados têm direito de receber de volta o dinheiro gasto com gasolina, seja indo para seus redutos eleitorais ou indo para o hotel com suas amantes ou seus amantes. A Câmara, ou melhor, você e eu, pagamos o custo, desde que eles levem notas fiscais para comprovar os gastos da gasosa. Será que o senhor Arlindo Chinaglia não vê isso ou só continua pensando no bem do PT? Quando é que vão prender esses canalhas? Ah, esqueci, eles têm imunidade, têm foro privilegiado, é isso aí amigos otários, otários como eu.”

 

O Brasil é um país livre. Jabor é livre para dizer o que pensa. O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, é livre para processá-lo por ofensa à honra. E eu sou livre para dizer que o processo vem em boa hora, assim como o que o agora ministro da Comunicação do governo, Franklin Martins, moveu contra o colunista Diego Mainardi, da Veja.

 

O que está em jogo, no caso do processo contra Jabor, não é o mérito de suas críticas ao mais do que reprovável comportamento dos deputados, a lambança que eles fazem com o meu, o seu, o nosso dinheiro. É a brutalidade mainardiana, ou reinaldo-azevediana, do protesto.

 

Situações de impunidade parlamentar estão na imprensa dia sim, o outro também. Nem por isso deveria ficar fora do alcance da Justiça a transgressão dos padrões elementares de civilidade, contida, no caso, na expressão “esses canalhas”.

 

Indignação e palavrão rimam, mas não são sinônimos. E deve existir, sim, nas sociedades que se pretendam decentes, uma coisa chamada decoro jornalístico…”

 

SUGESTÕES DE LEITURA – Confira  aqui} a íntegra do artigo “O nefasto jornalismo de insulto”, do jornalista e professor Luiz Weiz, publicado no site especializado Observatório da Imprensa.

Sugiro também a releitura da nota “Atenção. Câmara vai à Justiça contra Jabor. E isso não atenta contra a Liberdade de Imprensa”, que publiquei aqui, no início da madrugada de sexta-feira, dia 27.

 

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