Saúde

PESQUISA. 61% desaprovam saúde pública

POR MAIQUEL ROSAURO
Texto: Fritz R. Nunes com informações do Portal Terra e Zero Hora
Ilustração: Auditoria Cidadã da Dívida
Assessoria de Imprensa da SEDUFSM

Uma pesquisa de opinião realizada pelo Ibope a pedido da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e divulgada ontem (12), constatou que 61% dos brasileiros desaprovam o serviço público de saúde, classificando-o como “ruim” ou “péssimo”. Conforme o levantamento, 85% do eleitorado não percebeu qualquer avanço no sistema público de saúde nos últimos três anos. O resultado da pesquisa é coerente com o pouco que faz em relação à saúde pública. Dados levantados pela Auditoria Cidadã da Dívida, mostram que de um orçamento federal de cerca de 2 trilhões de reais, apenas 4% serão usados para a saúde e 45% vão para pagamento de juros e amortizações da dívida pública.

Em que pese a propaganda governamental de que há investimento em relação à Unidades de Pronto Atendimento (UPA) nos municípios, programas de apoio à gestantes como o Cegonha, o que se observa, conforme constata a própria pesquisa, é uma insatisfação crescente da população em relação às debilidades na saúde pública.

Um exemplo de que a política governamental passa ao longo das soluções efetivas para a saúde foi a aprovação do projeto que cria a empresa para gerir os hospitais universitários (HUs), em 2011. Ao invés de contratar mais servidores (médicos, enfermeiros, etc.) via concurso público, o governo preferiu aprovar uma proposta que pode representar economia aos cofres públicos, pois abre a possibilidade de que os HUs busquem convênios/recursos com órgãos públicos e privados, inclusive entidades gestoras de planos de saúde. Além disso, flexibiliza o processo de contratação de funcionários para servir os hospitais.

Ao mesmo tempo, a implementação desse projeto coloca em risco um modelo existente, que preconizava o atendimento 100% pelo Sistema Único de Saúde (SUS) nos Hospitais Universitários e que fazia a vinculação entre saúde pública e projetos de ensino, pesquisa e extensão das universidades públicas.

Médicos criticam Provab

O governo federal tem divulgado através dos meios de comunicação um outro programa que teria por objetivo melhorar a saúde pública, redistribuindo médicos para locais onde hoje existe carência desse profissional. O Provab (Programa de Valorização do Profissional da Atenção Básica) consistiria em conceder um “incentivo” aos médicos residentes que vão para os municípios que participarem do programa. O incentivo seria um “bônus” de até 20% na prova de residência médica.

Em artigo publicado nesta quinta, 12, no jornal Zero Hora, o presidente da Associação dos Médicos Residentes do Hospital de Clínicas (HCPA), Pedro de Oliveira, e o professor da Faculdade de Medicina (Faced) da UFRGS, Matias Kronfeld, criticam duramente o programa.

Conforme os articulistas, a residência médica em medicina de família envolve o treinamento dentro da unidade básica de saúde, mas também dentro de unidades de emergências e de internação pediátricas e gerais, centros obstétricos, atendimento psiquiátrico inicial e pequenos procedimentos. Isso, segundo eles, ao longo de dois anos e sempre com orientação de médicos com experiência em cada uma das áreas.

Na avaliação dos autores do artigo, “para o governo, todo esse treinamento é desnecessário para atender os brasileiros mais desassistidos pelo Estado. Para eles, “um recém-formado, que há um mês não poderia nem prescrever um simples analgésico, é a grande promessa da saúde”.

Pedro de Oliveira e Matias Kronfeld finalizam o artigo afirmando que “o Provab é mais um engodo, um placebo, para os brasileiros mais abandonados pelo Estado, que terão que se contentar com uma solução barata e imediatista, cuja pressa para implantação só é justificada para as eleições municipais deste ano”.

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