Posse de Lima se dará no mesmo dia da transmissão de cargo

Foi confirmada nesta sexta-feira, depois de alguns dias de certo nervosismo, a nomeação de Clóvis Lima, como o novo reitor da UFSM, em substituição a Paulo Sarkis, que encerra oito anos à frente do maior cargo da instituição.

A posse se dará, segundo notícia que o jornal A Razão está publicando neste sábado, no mesmo dia da transmissão de cargo, 26 de dezembro. Não se sabe como isso será possível, pois os eventos acontecerão, respectivamente, em Brasília (provavelmente no início do dia) e Santa Maria (no final da tarde, ou à noite).

A Razão também traz, além da notícia da nomeação, também uma entrevista com o novo reitor, feita pela repórter Fernanda Meneghel, e que passo a reproduzir:

“UFSM tem um novo reitor
A dez dias das cerimônias de posse e transmissão de cargo, Clóvis Lima teve a nomeação confirmada pelo MEC
“Acabei me tornando reitor por conta do destino”. Esta é a opinião de Clóvis Lima, que teve sua nomeação confirmada na última sexta-feira pelo Ministério da Educação como novo reitor da Universidade Federal de Santa Maria.
A cerimônia de posse está marcada para as 9h da manhã do dia 26 de dezembro, em Brasília. A transmissão de cargo será feita no mesmo dia, em horário ainda indefinido, em Santa Maria.
Nascido em 29 de março de 1940, na cidade de Caxias do Sul, Lima cresceu em uma família humilde, filho de militar. A transferência do pai para Santa Maria, segundo ele, uma obra do destino, mudou sua vida por completo.
Conheça um pouco mais sobre o perfil e a vida do atual professor do curso de farmácia e que, pelos próximos quatro anos, estará a frente de uma das mais importantes instituições de ensino do Rio Grande do Sul.
A Razão – Conte um pouco sobre suas origens.
Lima –Nasci em Caxias do Sul, filho de uma família bastante humilde. Em 1948, meu pai foi transferido pelo exército para Santa Maria e nos mudamos com toda a família. Concluí minha vida escolar na cidade e, em 1960, ingressei no curso de Farmácia da UFSM.
A Razão –Quando ingressou no curso superior, o senhor já pretendia ser professor?
Lima –Tudo começou no dia da minha formatura. Fui convidado para atuar como professor colaborador do curso de farmácia, na disciplina que hoje se chama saúde pública. Em 1965 estava dando aula para alguns contemporâneos do meu tempo de acadêmico (risos). Desde então, nunca deixei as salas de aula e leciono até hoje na UFSM.
A Razão – Como docente da universidade, o senhor aderiu à greve?
Lima –Não. Acho que as reivindicações da paralisação são justas mas optei por não aderir por um motivo simples. Achei que, no caso de ser nomeado reitor, minhas atribuições no novo cargo durante os meses de janeiro e fevereiro não permitiriam que eu, se fosse o caso, recuperasse as aulas perdidas pelos meus alunos. Foi preocupado com eles que decidi seguir trabalhando.
A Razão –O senhor já desempenhou vários cargos administrativos na UFSM até chegar, em 2006, a posição mais alta da instituição como reitor. Como foi que tudo começou?
Lima –Devo admitir que a reitoria nunca esteve em meus projetos de vida. Tudo aconteceu de forma gradual, a partir de 1978, quando me tornei chefe do departamento de saúde pública. Depois disso, assumi cargos como coordenador, vice-diretor, entre outros. Em 1998, a convite do atual reitor Paulo Jorge Sarkis, me tornei vice-reitor, posição que ocupo até hoje.
A Razão – E como se deu a candidatura para a reitoria?
Lima –Como disse anteriormente, as coisa foram acontecendo para mim. Já havia recebido propostas anteriores para concorrer ao cargo mas, nunca aceitei. Em outubro deste ano, no entanto, devido à importância dos pedidos que recebi, decidi aceitar.
A Razão –O senhor já é vice-reitor há oito anos e tem a possibilidade de, no caso de uma reeleição, permanecer por mais oito como reitor. Estando nestes cargos por 16 anos, o senhor seria uma das pessoas com maior permanência na reitoria da UFSM.
Lima – Não há a menor possibilidade de eu permanecer na reitoria por 16 anos porque sou contra a reeleição. Acho que uma permanência muita longa no cargo não é o quadro ideal de administração.
A Razão –Depois de tomar posse no dia 26 de dezembro, quais as primeiras providências que o senhor pretende tomar?
Lima –Com certeza me de dedicarei a tentar participar mais ativamente da resolução dos problemas ocasionados pela greve dos docentes e servidores. Como reitor, espero poder colaborar para que a retomada das aulas seja feita de forma menos prejudicial possível para os alunos e membros da instituição.
A Razão Como uma avaliação das duas administrações Sarkis/Lima, que aspectos o senhor pretende manter e o que pretende mudar durante o seu mandato?
Lima –Prefiro fazer uma avaliação definitiva do meu trabalho como vice-reitor depois de deixar o cargo. Acho que o ditado que afirma que quem vê de fora, vê melhor se aplica também a este caso. Posso adiantar, no entanto, que tenho plena convicção de que a administração que se finda teve um papel fundamental para a projeção da UFSM nos cenários regional, nacional e internacional, como um instituição de referência no ensino superior.

OBSERVAÇÃO: A Razão também traz a relação com a provável composição do novo primeiro escalão na UFSM. Quem desejar conhecê-la, poderá fazê-lo através da versão impressa do jornal, ou pela Internet. Ele habitualmente se encontra à disposição dos internautas a partir das 2 da tarde de sábado, no endereço www.arazao.com.br.